Vida monótona sem nada para fazer.
Sirvo às mesas, foi o que sempre soube fazer.
Mais um dia no restaurante: leva isto, traz aquilo, mesa 4, mesa 2, mesa 5, olha ali os clientes, bla bla bla...
Mas em Agosto esquece-se a azáfama, as ordens, a hierarquia. Juntamo-nos todos na mesa do canto a falar, a falar, a falar. Em Agosto, somos os nossos próprios clientes, e únicos devo acrescentar.
Estávamos nós nesta conversa em que não se diz nada e se diz tudo quando entra uma cliente. Um bonito vestido branco curto, a pairar no ar, um manto de caracóis de chocolate e um sorriso esplendoroso. Levantei-me para a ir atender.
Quando cheguei perto dela percebi que eu deveria de ser míope ou assim.
Os olhos dela eram de um castanho muito escuro, senão preto, vivos e brilhantes. Os caracóis desfaziam-se em ondas suaves e o castanho chocolate dava lugar ao louro nalgumas partes. Ela pediu qualquer coisa, e perguntou se amanhã estaríamos abertos. "Sim, estamos sempre abertos". "Então volto amanhã."
Não quis saber de mais nada.
Eu só queria que ela voltasse todos os dias.
3 comentários:
**Dreamy look**
Saudades tuas e do teu volt(e)ar.
Ly Madeirense
tão querido, mesmo! digamos que neste caso houve um clique qualquer entre as personagens :) hehe
beijinhos
Porque e que essa descriçao e parecida contigo...? lol
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