segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Pseudo crónica

Com muitas teias de aranhas prontas a serem limpas.
A verdade é que estas férias andam a ser um rebuliço para cá e para lá. Enfim, o descanso já está a vista, o regresso ao trabalho também.

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 Lisboa é peculiar.
Peculiar na sua forma de ser e de andar, sempre demasiado irritadiça, demasiado apressada.
Peculiar, de telhados coladinhos e edifícios históricos. De praças e largos, de cidade agregada ao rio.
Em perfeita simbiose, nem o rio é famoso sem a cidade por lá, nem a cidade tem vida e funciona sem o rio por perto.
Na verdade, toda a Lisboa vive numa intricada simbiose difícil de compreender, mas fácil de integrar. Lisboa não vive sem os trabalhadores desatentos e apressados, os condutores stressados, os turistas incrédulos e as obras intermináveis na maioria da estrada. Isto porque, se não houvesse obras, não haveria tanto trânsito, logo os condutores não andariam tão stressados e não passariam a ser trabalhores apressadores e num constante refilar. E é claro, os turistas poderiam apenas apreciar a paisagem e não toda a agitação típica de Lisboa. E Lisboa, sem todas estas coisas que até podem parecer de alguma forma inúteis ou memso indesejáveis, seria uma cidade morta, de telhados coladinhos, pessoas desatentas e passivas, de condutores domingueiros, com estradas inventadas por terra batida e turistas a passar ao lado. Lisboa é cidade de vícios, mas nem os vícios sobrevivem sem a cidade, sem a cidade vive sem os vícios.
Para quem observa de fora e com o juízo toldado de outros costumes é peculiar o andar e ser da cidade. Para os citadinos, é enfiar na segunda à direita para fugir às obras, refilar por todos optarem pelo mesmo atalho e continuar a ladainha de refilanço por não ter salários, por não ter café, por querer mais férias, mais folgas e menos crise. E, como é claro, nem reparar em tudo o que a cidade tem para oferecer. E refilar mais um bocado por termos os Pasteís de Belém sempre cheios de turistas e sem lugar para sentar. E as obras ali ao virar da esquina...