quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

FELIZ NATAL!!!



E um obrigado muito especial a todos os meus leitores, seguidores e comentadores.

SM**Cappuccino
(com uma chávena de Café bem quentinho e muita alegria para este Natal)

domingo, 13 de dezembro de 2009

Manhãs de Domingo


(Quem me dera ter tirado uma foto ao Cappuccino, porque hoje ficou sublimamente perfeito)

Abro a porta do armário, com todas aquelas cores a desafiar-me.
"A mim, a mim, eu sou melhor, eu sou mais forte, eu cheiro melhor!"
Decido-me por um meio acastanhado, de biscoito e especiarias, a nova invenção da Nespresso. Ligo a máquina, oiço o café a correr melodiosamente.
Ligo o aeroccino, a mais maravilhosa invenção que transforma, por artes mágicas, leite em espuma.
Polvilho o meu Cappuccino com chocolate (leia-se "encho de chocolate").
Deixo a porta do armário aberta, gosto de olhar para a pequena dessarumação no seu interior. Parece que há mais alguém em casa.
A televisão vai falando comigo; a do quarto também está ligada, gosto que o Discovery me faça companhia e me ajude a decidir se me levanto ou não.
Os estores ainda estão fechados, preguiça de os abrir. Os telefones e telemóveis vão tocando, chamando-me para uma outra realidade, mas nem os oiço. (Não quero ouvir)
Abro os estores, há pessoas a passear e outras deitadas na relva. A viver.

Eu? Eu fico à janela, com bips a chamarem-me, a televisão a falar comigo, o Cappuccino nas mãos, à espera de poder fazer o mesmo.

SM**Cappuccino
(sem parêntesis a acrescentar, ou talvez sim)

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Batalha

Batalha que não batalha
Porque é a vida é um floco de neve
Tão maravilhoso que quando piscamos os olhos já lá não está.

Batalha que não batalha
Nada temas, por nada pares
Não olhes para trás
Não vejas os meus olhos marejados.

Batalha que não batalha,
Porque preciso e sempre precisarei de ti.
Espera, não, não batalhes.
Leva-me contigo.
Deixa-me ser a tua espada.
Porque batalha que não batalha, com espada é sempre melhor.

Porque a vida é assim: fecha os olhos, e já é uma borboleta a fugir.

SM**Cappuccino (não me deixes fechar os olhos, não fujas)

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Super Woman

Sabem quando achamos que somos tudo?
Eu explico.

EU não tenho noção.
Não tenho mesmo.
Nem do tempo, nem daquela lei que diz que não podemos estar em todo o lado ao mesmo tempo.
Não, por acaso não é bem assim. Eu até sei disso muito bem. Ainda só me dei conta que o dia não tem 45 horas...

Quero fazer tudo, disponobilizo-me para tudo, alguém precisa de alguma coisa lá estou eu. Mas esqueço-me que eu já não tenho coffee breaks, nem sequer para almoçar descansadinha, enquanto mais para ir à máquina buscar um café longo, que custa exactamente o mesmo que um curto e vem apenas num copo maior (meras ilusões...).
Se alguém me pede para fazer alguma coisa, lá estou eu, e estou mesmo. Não é não ter coragem de dizer não, Não, NÃO!
O único problema é que me esqueço que devido ao Big Bang, à acelaração de partículas, a Deus, à rotação da Lua, à órbita terrestre, ao que quiserem, só há 24 horas por dia. E umas boas são (deviam de ser) passadas a dormir. Ou a tentar dormir, depende das insónias.

Depois tenho que deixar para trás alguma coisa, e é sempre o que mais gosto. Mas infelizmente, só contribui para a minha felicidade, porque o resto contribui para o sucesso e para a sociologia toda que é necessária hoje em dia.

Enfim, lá vamos nós dedicar tempo às coisas necessárias, mas acho que este fim-de-semana há tempo para o resto (para um post já houve).

Mas será que algum dia me vou lembrar que não sou uma Super Mulher?
(Será que me quero lembrar disso?)

SM**Cappuccino
A esticar o dia ainda mais do que as pessoas esticam o dinheiro. Muito mais.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Viagem até ao outro lado

Gosto de ir até ao outro lado.
Gosto de ir até ao Barreiro, os placards de publicidade anunciando lojas e afins a quilómetros (e milhas, e cidades e países) de distância, iguais quando se vai para lá e quando se vem de lá.
Gosto de saber exactamente onde estou (e a quanto tempo de viagem estou) pelos cheiros (vaquinhas cheiram tão bem).
Gosto de sentir o cheiro dos cavalos, de ir com a janela aberta e ouvi-los relinchar, passar por ovelhas (das últimas vezes não as vi...), de sentir o cheiro a feno, de fechar a janela e sentir o cheiro da vacas.
Gosto dos buracos nas estradas (buracos COM estrada, diz a minha mãe) que continuam iguais há milhares de anos (creio sinceramente que construíram as estradas sem alisar o terreno).
Gosto de olhar pela janela para a cara dos outros condutores e ver a perplexidade deles quando notam que estou a olhar.
Gosto de ir a Azeitão e passar pela "estrada do sono", à noite (cerrada), onde adormeço sempre, quer tenha dormido 2, 4 ou 10 horas (ainda bem que não vou a conduzir...), de passar pelas rotundas que o GPS adora [isto porque, como não tem aquelas estranhas mais desertas, nos manda dar voltas e voltas às duas rotundas até que o meu pai se lembre de qual é a saída (ler mais duas voltas para lá chegarmos, porque o meu pai lembra-se assim que passamos por ela...)].
Gosto do facto de o meu pai parar quase sempre no mesmo café e pedir tortas e depois dizer que aquele não é o café das "tortas boas".
Gosto de ir até à Lousã, com a Mariza a tocar, o sol a raiar os meus pensamentos (mesmo nos dias sombrios), de correr pela piscina vazia, de lavar as mãos com aquela água (ler: gostas de gelo), de dar voltas e voltas à casa da minha tia, de brincar com o Manjerico (o Icho), de dar a voltinha ao quarteirão antes do almoço para 10 pessoas, distruído por 4 ou 5 (e ai de nós que não comamos tudinho, que a minha tia diz que nós parecemos paus de virar tripas!), de nadar no rio Ceira e no Mondego, de ir ao Burgo e às Medas no último dia. De passar no café em Serpins e andar a percorrer aquilo tudo com a minha prima, sempre à procura de um qualquer tesouro que não pudemos ver, mas que está lá (eu sei que sim).

Gosto de ir até ao outro lado. Não importa qual.
Gosto de inventar novos caminhos e percorrer os velhos. Afinal, há sempre uma nova pedra para descobrir.

SM** Cappuccino (com saudades da Lousã...)

domingo, 15 de novembro de 2009

My Moony Sun

Gosto de acordar e sentir o teu coração a bater.
Gosto de acordar com a cabeça no teu peito.
Gosto de sentir o teu pequeno grande coração a aproximar-se cada vez mais de mim, até que sou eu a aproximar-me dele.
Gosto do facto de tu e eu existirmos em realidades completamente distintas.

Gosto de te pôr a filosofar ao meu lado.
Gosto de te poder dar ordens, mas gosto ainda mais de não as quereres cumprir.
Gosto dos nossos jogos silenciosos que mais ninguém conhece.
Gosto...

Mas isto tu já sabes.
Tu sabes tudo sobre mim.

SM** Cappuccino
(Miss you, my moony sun)

Porque há mais de infinitas palavras e nenhuma pode dizer tudo.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Let's just fly

Deixa-me ir por aí.
Não quero mais amarras da sociedade,
Preconceituosa e cheia de favoritismos.

Deixa-me ir por aí e descobrir o mundo,
Sem ligar.
Sabes? Sem ligar.

Anda comigo, sabes que não gosto de andar sozinha.
Não, não é por isso.
É porque sinto a tua falta.

Porque é que não abres so olhos e vês que eu estou e estive sempre aqui?
Só à espera, à Tua espera.

Deixa-me ir, porque me prendeste com fios que mais ninguém pode ver e deixaste-me aqui à espera.
Agora deixa-me ir. Não sou mais tua.
Aliás, nunca fui, só te deixei pensar que sim.
(Porque é que acredito nas minhas próprias mentiras?)





SM** Cappuccino

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

(Re) Finding

Vivo.
Vivo por aí, pelo meio.
Vivo por entre flores e sorrisos, não tentando mais.
Quero a verdade, não quero sofrer.
Diz-me, diz-me mesmo por favor, é possível?

Saber e não sofrer...
Dar um passo em frente, sair desta monotonia confortável e segura.
Atirarmo-nos para o precipício, não sabendo se há redes ou cordas, supondo, perguntando e descobrindo apenas.

Descobrir…
Há quanto tempo…
Será que ainda sei?
Descobrir a formiga a sair da terra
Descobrir uma flor a desabrochar
(Re)descobrir o teu sorriso
(Re)descobrir o mundo.
O Mundo.

Não quero saber.
Não quero saber do que dizes ou fazes.
Hoje o caminho é meu, e eu escolho andar em frente.
Não, não me sigas!
Constrói o teu próprio caminho.
Anda, eu ajudo-te, passo a passo.

Vamos redescobrirmo-nos os dois.



SM** Cappuccino
(Apaga as nossas pegadas para que ninguém nos siga)



"Não sei por onde vou
Não vou para onde vou
Sei que não vou por aí"
Cântico Negro de José Régio

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Flying... in Paradise

*Para todos os preocupados, eu só precisava de umas boas noites de sono. Mesmo muitas. Muito obrigada pelos comentários e por todo o apoio*


Uma borboleta.
Uma bonita borboleta. Não precisa de ser nada de especial.
Agora imaginem que ela transpõe toda as barreiras deste mundo e do outro, toda a tristeza e solidão.
Imaginem que ela atinge o paraíso, a perfeição.
Olha à volta.
O paraíso é tal como imaginou. É radioso, esplendoroso, magnífico, macio... Mas é silencioso...

Onde estão os pássaros a cantar?
Onde estão os miúdos a tentar apanhá-la?
E as gargalhadas de horas de diversão?
E as bolhas de sabão, e os desabafos no parque, e as ondas a rebentarem?
Para onde foi o barulho?
E a música?

Ela olha lá para baixo, através de barreiras de sofrimento e dor, e vê o mundo de onde saiu. Aqui é tudo tão perfeito... Mas lá em baixo está tudo o que ela gosta...

Volta passar por aquelas barreiras, que doem mais a cada passagem.
O seu lugar não é, nem nunca será, num local perfeito e solitário.
Ela precisa de crianças a persegui-la, de abelhas ao seu lado, do vento a oscilar por entre as suas asas.
Porque sem isso, ela nunca será feliz.


SM** Cappuccino
Como eu tinha saudades de ouvir tudo e mais alguma coisa a restolhar aos meus ouvidos sem ter importância nenhuma...

"Podemos sofrer no deserto e, no entanto, amá-lo. De resto, é por causa desse sofrimento que o amamos." Saint-Exupéry

domingo, 18 de outubro de 2009

Nem sei

Something it feels like dreaming...

Às vezes nem sei.
Nem sei o que nem sei.
Às vezes olho para aqui e apetece-me escrever e depois nem sei.
Às vezes estou a sonhar com sei lá eu o quê só porque sabe bem.
Às vezes nem sei o que quero fazer.
Às vezes só me apetece dormir porque tenho andado mesmo muito cansada. De tudo.
Mas depois não consigo dormir sei lá eu porquê.

Às vezes, a maioria das vezes, penso: ninguém deveria de acordar cansado.
Depois penso: mas mais vale acordar cansado do que a chorar. Odeio acordar a chorar, porque fico triste o resto do dia e nem sei porquê.
Mas quando acordamos a chorar, podemos tomar uma boa dose de Happy Pills e saber que sempre temos os amigos/vizinhos/familiares/outros para nos reconfortar. Não dura muito, porque afinal quem é que desperdiça um dia triste só porque teve um sonho sei lá eu sobre o quê? Ficar triste por algo com que sonhámos e nem nos lembramos é isso mesmo: desperdiçar um dia (inteirinho).
Quando acordamos cansados sabemos que só queremos dormir. Mas voltamos a acordar cansados e pensamos: mas o que é que eu tenho? E só nos apetece dormir para sempre. Mesmo.


Mas não pode ser, pois não?

SM** Cappuccino
Demasiado cansada para escrever sei lá eu o quê.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Hs


Honestly, I never needed you. I just thought that.
Now I'm Happy.
And Nothing, NOTHING, can defeat this Happiness.


SM** Cappuccino
Living Happily Ever After
"You Can't Touch This" MCHammer

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

(Not) POP

Lembrei-me um dia
De pôr um sonho numa bola de sabão.

Umas daquelas feitas e sopradas com tanta dedicação pelas crianças.
Bonitas e redondas,a voarem até ao espaço sideral.
Qual sideral, qual quê, a voarem até ao Infinito.

O único problema, está nos adultos.
Enquanto que as crianças tentam apanhar as bolas de sabão porque não sabem que têm sonhos meus lá dentro, porque acham divertido e porque se riem a meio,
Os adultos destroíem-nas porque ninguém, segundo eles, pode sonhar por aqui. E acham giro destruir os sonhos de alguém.



Por isso vou por o meu sonho numa bolinha muito pequenina.
Pode ser que seja levada até ao sorriso de uma criança.



SM**Cappuccino
Always dreaming around here. It may come true someday.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Dewey

Para todas as pessoas que precisam. Que precisam.
Para todas as que estão "mal de espírito".
E em especial para a Maria Francisca (a minha Patita).
Na nossa sociedade, as pessoas acreditam que têm de "fazer" alguma coisa para serem reconhecidas, e com isto quero dizer alguma coisa óbvia e, de preferência, filmada. Espera-se de uma cidade famosa que tenha sobrevivido a um tsunami e a um incêndio florestal, ou produzido um presidente, ou sido cenário de algum crime horrível. Espera-se de um gato famoso que tenha salvado uma criança de um edifício em chamas, encontrado o caminho de casa depois de ter sido deixado do outro lado do país, ou que consiga miar o hino nacional. E esse gato não pode ser só heróico e talentoso, tem também de ter jeito para a comunicação social, ser atraente e ter um bom agente, ou nunca aparecerá no The Today Show.
Dewey não era assim. Não executava feitos espectaculares. Não havia ninguém a empurrá-lo para o sucesso. Nós não queríamos que ele fosse nada mais do que o adorado gato da biblioteca de Spencer, Iowa. E era só isso que ele queria, também. Só fugiu uma vez, não foi mais longe que dois quarteirões e mesmo isso foi longe de mais.
Dewey não era especial por ter feito qualquer coisa extraordinária, mas porque era extraordinário. Era como uma daquela pessoas aparentemente vulgares que, depois de as conhecermos melhor, se destacam da multidão. São aquelas pessoas que nunca faltam ao trabalho, nunca se queixam, nunca pedem mais do que a sua quota parte. São aqueles raros bibliotecários, vendedores de automóveis e empregadas de mesa que prestam um serviço excelente por princípio, que vão além das suas obrigações porque tem uma paixão pelo trabalho. Algumas ganham prémios; outras ganham muito dinheiro; a maioria passa despercebida e é tomada como certa. Os empregados de loja. Os caixas bancários. Os mecânicos de automóveis. As mães. O mundo têm tendência a reconhecer aqueles que são únicos e que dão nas vistas, os ricos e egocêntricos, não aqueles que fazem coisas normais extraordináriamente bem. Dewey tinha origens humildes; sobreviveu a uma tragédia; encontrou o seu lugar. Talvez essa seja a resposta. Ele encontrou o seu lugar. A sua paixão, o seu objectivo, era tornar esse lugar, por mais pequeno e fora de mão que pudesse parecer, um lugar melhor para todos.
(...)
Era assim que Dewey funcionava. Conquistava corações dia após dia, uma pessoa de cada vez. Nunca excluía ninguém nem tomava ninguém como certo. Ele não era apenas mais um gato a quem as pessoas faziam festas e que nos fazia sorrir. Todos os utilizadores regulares da biblioteca, absolutamente todos,sentiam que tinham uma relação única com Dewey. Ele fazia toda a gente sentir-se especial."
(in Dewey, de Vicki Myron)

Porque tu és especial e sabes disso. As melhoras de tudo.
SM** Cappuccino

P.S: Peço imensas desculpas pela ausência e falta de comentários, mas é excesso de trabalho XD
P.P.S: E pela extensão do texto, mas tinha mesmo que ser

terça-feira, 22 de setembro de 2009

I need a tiny heart

Preciso de um pequeno coração para mim.
Eu tinha um, sei que sim. Mas isso já foi há muito tempo...
Tenho saudades, mesmo muitas de rir. De rir a bom rir, de rebolar pela relva, de não saber de nada e achar que já não havia nada para saber.
Tenho saudades de ouvir as estrelas a cantarem, acho que elas se chatearam comigo...
Tenho saudades de sonhar com a minha pequena utopia e vê-la como uma realidade.

Preciso de um pequeno coração porque os tiram a todas as crianças.
Preciso de um, porque nos ensinam a pensar mas não a amar e a valorizar.
E, se é o cérebro que manda no sangue que fornece o coração, é este que o bombeia para o cérebro. Mas fá-lo por ordem do cérebro. Porque só nos ensinam a pensar, nunca a amar.

Eu só preciso de um pequeno coração que bata porque ama a vida...

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Às vezes olho pela janela e vejo-te a pairar no céu.
E o meu coração bate mais depressa.
Talvez ele não bata por nada racional e apenas por amor.
Gosto de pensar que sim.
Gosto de sentir que sim.
Gosto de saber que, apesar de muitas cicatrizes, já só se vê uma.
A melhor, a mais bonita, a mais simples, sem ornamentos nem falsidades.
A que tem o teu nome.

Não encaixa. Nunca encaixou. Não é suposto. Não falta uma peça minha, falta uma tua.


SM** Cappuccino

I guess it's just no use
In every part of me
Is still a part of you...

The Cult

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Peça de Teatro

Bola bolas e mais bolas.
Não me lembro da frase. A audiência a olhar assim também não ajuda, e muito menos o facto de toda a gente ter o programa com as falas todas à frente. Excepto os "actores", claro. Bolas bolas, não me lembro de nada!
E ele, a olhar para mim, à minha frente, a pensar que eu estou a criar suspense, à espera que eu diga as palavras "mágicas" para podermos arruinar a nossa relação teatral, como está escrito em todos os programas que eu não consigo ler.
Olhei para ele, para os seus olhos tranquilos e sorridentes. Olhei através deles, queria ver-lhe a sua alma... Lá está! Bonita e simples, eufórica e entusiasmada.
Ao contrário de mim.
"-Se... Farias qualquer coisa por mim?"
Toda a gente olhou para o guião atarantada. Não era nada disto.
Ele olhou-me perguntando-me o que estava a fazer.
"-Claro. Sabes que sim."
"-Tudo mesmo?"
"-Tudo."
"-E se... se eu estivesse mal... Mas mesmo mal, se eu tivesse batido lá no fundo, se não conseguisse voltar à superfície..." As palavras saíam sem ter tempo para pensar nelas. "Se eu não quisesse voltar..."
"-O que-"
"-Se eu estivesse a sofrer e só quisesse partir... Matavas-me?"
A audiência olhva especada. Ele também. Eu não fazia a mínima ideia porque tinha perguntado aquilo, mas sinceramente eu já tinha saído da peça. E ele percebeu isso. O palco, o cenário que levara dois meses a concluir, os programas, a audiêcia, a sala, tudo desapareceu. Aquilo já não era uma peça, era uma realidade. A nossa realidade.
"-Eu nunca... Tu não" Gaguejou.
"-Se eu não aguentasse mais. Mas se não tivesse coragem para o fazer sozinha. Se me amasses mais do que tudo irias querer acabar com o meu sofrimento."
"-Sim, claro, mas..."
"-Fá-lo-ias?"
Hesitámos os dois alheios no nosso mundo.
"-Eu faria qualquer coisa por ti."
E então, quis lá saber do guião, do pressuposto acto em que nos deveríamos zangar e estragar o "happy ending", e continuar as nossas vidas longe dali. Não esperei pelas cortinas, não esperei pelos sermões do director, nem por aplausos nem nada. Beijei-o ali mesmo, e não quis saber de mais nada.
Fecharam as cortinas. O responsável veio-me dar um sermão "Devias ter decorado as falas.... seguir o guião, blá blá blá." O director veio a seguir e deu-me os parabéns. O quê?? Sim, os parabéns, todo público adorou a reviravolta e fomos convidados para repetir a peça num teatro a sério.

E eu quis lá saber.
"-Eu faria qualquer coisa por ti" ecoava no meus ouvidos e eu não queria esquecer a mais bela música da sua voz.

SM** Cappuccino

domingo, 13 de setembro de 2009

**

Antes de tudo: Obrigada à Sandie XD
Mais dois desafios:

Apurar os sentidos

Regras:
1. Exibir o selo
2. Indicar 5 blogs (lá para baixooo)
3. Publicar o link de quem me enviou o selo (da Sandie)
4. Dizer o sentido que melhor me descreve:

Todos.
A visão, porque eu não podia suportar deixar de ver o mundo. Deixar para trás as formas, as cores, os arco-íris e mais do que tudo os sorrisos. As estrelas.
O tacto, porque eu sempre consegui distinguir tudo através do toque (talvez seja a compensação por ser pitosga XD). E como sentiria as texturas, o toque da tua pele contra a minha, o barro a preencher-me as impressões digitais, a tinta a secar na cara, a água fria silenciosa?
A audição: porque simplesmente não posso ficar sem ouvir os carrosa passar na ponte enquanto adormeço, a voz meio rouca e agressiva do House ou a pacífica da Meredith, a voz ao longe do meu pai, os teus passos pela casa.
O paladar: talvez o que me descreva menos. Mas aquele travo a canela nos bolos de maçã, os bocadinhos de nozes que ainda ficaram no bolo de mel, a melancia do verão...
E o olfacto, talvez o melhor: a essência certa do teu perfume, o perfume que recordarei como sendo o da despedida para sempre, o cheiro das laranjas, o descobrir do sabor pelos cheiros, o cheiro forte do café.

Talvez eu não me defina por um sentido. Talvez me defina por os usar a todos ao máximo.

(Para as perguntas que eu teria que repsonder, já estão aí)

Acertar em cheio


1. Exibir a imagem do selo e publicar as regras;
2. Publicar o link de quem ofereceu;
3. Indicar 10 blogues para receberem o selo;
4. Avisar os indicados;

Ora bem, para não deixar ninguém de fora, passo este selo aos meus (pacientíssimos!!) leitores e críticos. Obrigada pelo apoio e comentários :D

SM** Cappuccino

sábado, 12 de setembro de 2009

Apetece-me

Apetece-me...
Não sei o quê.
Quero tudo e não quero nada.
Quero que tudo mude, mas quero que tudo seja igual.

Apetece-me viver mil e uma aventuras.
Apetece-me ir até ao parque.
Andar de baloiço e trepar a casinha e a pirâmide de cordas.
Apetece-me rir e cantar.
Apetece-me não sair daqui.

Mas falta.
Não sei o quê.
Falta algo que me faz sorrir só de lembrar.
Algo que me faz preparar o coração.
Algo como alguém.
Alguém que já me conheça e reconheça e saiba.
Alguém que saiba.

Apetece-me.
Apeteces-me.


Sm**Cappuccino (You know you should be lying next to me. So why do I see an empty space? Your Empty Space.)



"Did you say it?
I love you.
I don't ever want to live without you.
You changed my life.
Did you say it?
Make a plan. Set a goal. Work toward it.
But every now and then, look around.
Drink it in'cause this is it.
It might all be gone tomorrow."


Meredith (Grey's Anatomy)

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Barreiras

Dança. Salta, dança e salta e pula e corre.
Patina, ri, sonha, corre.
Por ti, por mim, por eles.

Porque sim, porque deixou de haver barreirras. Corre porque corres e porque gostas. Assim não te cansas.
Corre até ao café mais próximo porque a água de lá vai saber muito melhor. E a água do mais longínquo... Sabe a trabalho e esforço, sabe a felicidade. Sabe.... Sabes?
Corre, salta, dança pula, faz o pino. Roda roda e roda. Roda comigo, canta, salta.
Até te cansares.
All night long, porque agora já não há barreiras.

Aliás, nunca houve, nós é que as inventávamos.

SM** Cappuccino.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Beira Mar

Hoje vou sonhar à Beira Mar.
Não sei porquê.
Mas vou.

Hoje vou sonhar com um mundo ideal e utópico.
Hoje vou sonhar com flores de mil e três cores e um arco-íris.
Vou sonhar por aí, à Beira Mar.
Vou sonhar que abandono estas rochas e voo, direita ao Sol. Ou atrás do vento.

Hoje vou sonhar contigo.
Vou sonhar que estás a meu lado.
Sempre, como costumavas estar.
Hoje vou sonhar que ainda cá estás.

SM** Cappuccino

Eu não te perdi, ganhei uma estrela no céu. E aquela estrela brilha só para mim.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Feel...

Sente...
Consegues sentir?
Não não não. Não olhes. Sente.

E sinto o quê?

Tudo.

Não sinto nada.

Chiu. Tens que ficar quietinho. Agora sente. Sentes como a Terra vibra levemente? E as formigas a passarem pelas pernas, sentes? Sentes o mar a chamar-te lá ao fundo? E o rio? Sentes o rio a correr atrás de ti? Vai atrás do vento... Sentes?

Sinto-te a ti. Mesmo. Irradias calor e felicidade. Irradias sei lá eu o quê. Mas sinto-te. Mesmo que me afaste.Queres ver? Continuo a sentir-te.

Aí sim? E então onde estou?

Aqui dentro. Sempre.

SM** Cappuccino
(Sempre, sempre)

Uh uh

Mais um blog que chega à blogosfera, desta vez com o nome de Blocos de Desenho (cliquem!).
 
É um blog fantástico, da Sandie (mais conhecida por Sandra) e meu! É principalmente um espaço onde a imaginação e a criatividade vão fluir sem limites! Esperemos sinceramente que gostem!
 
 
Beijos!

sábado, 22 de agosto de 2009

"I hope my soul never finds me"

Sei que andas por aí
A lamentar.
Sei que voas por aí sem me encontrar.
Deixa-te ficar onde estás.
Aproveita e recorda tudo o que conseguires.

Sai à rua e ouve.

Ouve o murmurar da água e a cantiga do vento.
Ouve o seu lamento.
Ouve o som a passar sem deixar rasto.
Ouve os meus passos.

Sai à rua e vê.

Vê as montanhas que formam os mais belos vales
E as falésias batidas pelas ondas.
Vê as rosas a desabrocharem
E o brilho dos meus olhos.

Sai à rua e sente.
Sente o frio e a neve, a tempestade e o calor.
Sente o chamamento de tudo
Sente a paixão e o ciúme.
Sente o meu coração a bater descompassadamente.

Mas não voltes para me ver, porque eu já sou eu.
Não voltes, porque eu não voltarei.


SM** Cappuccino
(Demasiado habituada às asas do vento e dos sonhos para voltar...)

Sonho...

Sonho com mil viagens sem fim.
Sonho com cheiros e sabores que nunca descobri, mas que sempre senti.
Sonho com a Lua a rir e o Sol a dançar.
Sonho com mil noites sempre a sorrir.
Sonho com tudo e mais alguma coisa e ainda com o que sobrar.
Sonho com a Galáxia e com as formigas, com as andorinhas.
Sonho com Macau, Cancun, Veneza, Barcelona, Paris e outras tantas.
Sonho sei lá eu porquê.
Sonho com uma viagem que não sei onde irá parar.
Sonho com voltar a casa no fim.


Deixa-me sonhar junto a ti.

SM** Cappuccino

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Conta-me...

Poeta Poetisa
Não sei o que te faça.

Andas nas asas do vento,
A sonhar pelo mundo inteiro.
Pára aqui na minha janela
E conta-me novidades.

Vem cá e conta-me como é ser livre.
Conta-me como é sonhar sem limites, porque eu já esqueci.
Conta-me como é viver nas estrelas de dia e olhar para o sol à noite.
Conta-me como é viajar com os dedos e pintar sem rumo.
Conta-me como é ver apenas o céu e o horizonte, conta-me a que sabem as uvas lá de casa.
Conta-me como é construir castelos para as sereias irem lá dormir de noite.
Conta-me como é ser amigo de toda a gente.
Conta-me como é deixar os números para trás, esquecer as palavras e mergulhar na imaginação.
Conta-me como é a inocência...

Conta-me como é, porque eu já esqueci tudo.

SM**

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Coffee ma'am?

Vida monótona sem nada para fazer.
Sirvo às mesas, foi o que sempre soube fazer.

Mais um dia no restaurante: leva isto, traz aquilo, mesa 4, mesa 2, mesa 5, olha ali os clientes, bla bla bla...
Mas em Agosto esquece-se a azáfama, as ordens, a hierarquia. Juntamo-nos todos na mesa do canto a falar, a falar, a falar. Em Agosto, somos os nossos próprios clientes, e únicos devo acrescentar.

Estávamos nós nesta conversa em que não se diz nada e se diz tudo quando entra uma cliente. Um bonito vestido branco curto, a pairar no ar, um manto de caracóis de chocolate e um sorriso esplendoroso. Levantei-me para a ir atender.
Quando cheguei perto dela percebi que eu deveria de ser míope ou assim.
Os olhos dela eram de um castanho muito escuro, senão preto, vivos e brilhantes. Os caracóis desfaziam-se em ondas suaves e o castanho chocolate dava lugar ao louro nalgumas partes. Ela pediu qualquer coisa, e perguntou se amanhã estaríamos abertos. "Sim, estamos sempre abertos". "Então volto amanhã."

Não quis saber de mais nada.
Eu só queria que ela voltasse todos os dias.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Blog

Tens problemas? Nós resolvemos!
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A diversão começa na primeira linha!

(Publicidade por livre vontade e diversão garantida :D )

domingo, 9 de agosto de 2009

Inspirada pelos cheiros

Depois do post "Inspirada pelas cores", surgiu-me a ideia de fazer mais uns "Inspirada por...". E aqui vai.


Fecha os olhos.
Fecha os olhos e tenta seguir-me. Sabes onde estás?
Esquece o cheiro do alecrim. Esquece o cheiro a relva acabada de cortar e a terra molhada. Esquece o cheiro e a frescura do orvalho que te vai caíndo na cara. Esquece os pássaros que cantam lá no alto, esquece a gaivota que cruza o céu azul, anunciando a sua passagem majestosa. Esquece o cheiro a pão acabado de fazer e o barulho das crianças longínquas.


Não oiças mais nada. Não ligues.
Não Agora. Agora sou só eu e tu.

Sabes onde estás?
Claro que sei. Dentro do teu coração.
Ai sim?
Sim, é o único sítio que cheira a paixão. SM**Cappuccino

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Inspirada pelas cores

Olho para trás e vejo uma leve neblina azul que não me permite distinguir o resto das cores. É vibrante e viciante. Apetece-me segui-la e perder-me nela para sempre. É feita apenas de pura felicidade e memórias, memórias que me recuso a esquecer.
Essa neblina cheira a roxo e ordena-me que olhe para outro lado.
Olho para a frente e vejo uma mistura doce que não acaba. É rosa, verde, vermelha, amarela e eu sei lá. É hipnotizante e reclama que eu faça alguma coisa. Ordena-me que faça algo para que deixe de ser uma vaga mistura. Dou um passo na sua direcção e a mistura torna-se cinzenta, morta. Não rodopia alegre, nao chora triste, parou. Dou novamente um passo para trás e ela torna a brilhar.

Olhei para onde estava. Duas pegadas marcavam o meu local numa imensidão de branco. Olhei para o lado e descortinei uma elegante montanha, com um raivoso rio a descer as suas encostas. Aliciante. Do outro lado uma praia convidativa, com ondas suaves e rochas para trepar. Senti cócegas nos pés e olhei para baixo. Uma erva crescia debaixo dos meus chinelos e um tapete de relva reluzia à minha frente. Um pequeno campo pronto a acolher-me. Dei um passo em frente e avistei a mistura de cores. Mas esta não se transformou, afastou-se apenas.


Quem vive no passado, lá fica.
Quem vive perseguindo o futuro, nunca chega lá.
Quem vive no presente, já lá está.

SM** Cappuccino

"I wanted to live deep and suck out all the marrow of live." H.D.T. (in The Dead Poets Society)

My fave ...


What Chocolate are you?


You are Dark Chocolate
You live your life with intensity, always going full force. You push yourself (and others) to the limit... you want more than you can handle. An extreme person, you challenge and inspire the world!


(Truly Truth!)

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Quatro Colori

Apeteceu-me.
Peguei numa tela e pintei o rio. Pintei os campos à sua volta que vejo todos os dias de manhã, e acrescentei as quatro árvores que baptizei.
Pintei ondas no rio, e consegui mesmo apanhar aquela garça que debicava um peixe.
Parte da ponte aparecia, lá ao longe.
Um casal passava na rua, e achei que se enquadrava bem.
Pintei e pintei. Pintei até ficar igual ao que eu olhava.
Olhei e olhei. Parecia uma fotografia. Mas eu não via nada de igual.
Voltei a pegar no pincel. De súbito, o rio não tinha ondas nem garças, era uma mancha azul. Essa mancha ganhou forma. A garça desapareceu misturada com a lama da margem. Os campos fundiram-se e as árvores deixaram de existir.
Não estava igual à paisagem.
Estava igual ao que eu via.
Não com os olhos, mas sim com o coração. Com toda a minha pequena essência, consciência e pensamentos.

Pintei o teu sorriso.

SM** Cappuccino

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Moony Day

O que fazemos?
O que fazemos quando não vemos nada?
Ouvia apenas um leve sussuro do vento. Senti-o a bater de mansinho nas minhas costas nuas e a despentear-me suavemente o cabelo.
Sentia o Sol a tentar romper por aquelas nuvens escuras. A rocha onde me encontrava ameaçava despedaçar-se. O mar bravo lá em baixo fazia ouvir-se e rimbombava contra as rochas e as praias longínquas.
Era um daqueles dias em que se vê a Lua nas horas mais inesperadas. Brilhava difusamente no céu escuro.
Não sei quanto tempo se passou. Sei que o mar não acalmou. A rocha não caiu. O Sol não apareceu. Choveu, ou talvez tivesse imaginado. O vento secara-me completamente, eliminando quaisquer provas. As estrelas reluziam ao longe, algumas cobertas por densas nuvens.
A rocha tinha apenas uma pequena área ainda seca. O seu caminho de volta à praia estava submerso. A água dava-me pelos joelhos, molhando-me a barriga e as roupas na passagem das ondas.


Não apareceste. Nunca apareceste.
Eu esperei por ti.
As estrelas viram. As estrelas sabem sempre tudo.

SM** Cappuccino

domingo, 26 de julho de 2009

Um dia que não lembra a ninguém!

Foi a expressão de hoje. Demasiado bom: não lembra a ninguém. Mau, ensurdecedor, horrível, pestilento: não lembra a ninguém.
Começou logo de manhã com a ideia de pintar os olhos com 4 cores, como um arco-íris. Ficou muita louco (sem lembrar a ninguém!) e resolvi passar o resto do dia assim. Fomos de autocarro até à Praça do Comércio, e apanhámos um motorista que não lembra a ninguém, sempre a tagarelar connosco e sempre com uma piada na ponta da língua (e em cada curva!). Fomos almoçar já meio atrasadas e apareceu uma daquelas bandas da baixa com uma música que não lembra a ninguém (pelo mau :S).
Lá fomos nós dar um grande passeio pela baixa para sabermos tudo sobre o terramoto e os projectos pombalinos, e foi um passeio que não lembra a ninguém. Divertido, sempre à sombra (que o sol às 2 da tarde queima como não lembra a ninguém!) e a encontrarmos igrejas onde nunca tinhamos visto nenhuma e a descobrir que as estátuas afinal tinham um significado (que não lembram mesmo a ninguém).
Enfim, depois de muitas conversas, tagarelices, curiosidades, risotas e tontices que não lembram a ninguém lá voltámos para casa.

And they say that Crazy days don't exist...

SM**Cappuccino

(Infelizmente a máquina fotográfica não deve ter gostado da ideia de sair para o calor da rua e recusou-se a trabalhar, tendo mesmo sido declarada como avariada - tinha bateria, isso eu vi - por isso não tenho fotografias :S)

sábado, 25 de julho de 2009

Selinhos


Muito obrigada à Sandie (http://s-de-sabedoria.blogspot.com/)

E claro que também tem regras...
Ora bem, tenho que publicar o link do Cupcake and Rockn'Roll (http://cupcakerock.blogspot.com/)
Tenho que dizer qual é o meu doce preferido: tudo o que leve chocolate e não seja muito doce, como gelados (ai os geladinhos da preça de São Marco...), bolos de chocolate que sabem mesmo só a chocolate e barras de chocolate, de preferência negro :D
E agora a minha música preferida... São tantas... Talvez a "Dona Canô" da Daniela Mercury, é uma das que ando a ouvir mais. Mas as outras não ficam esquecidas!

E agora 4 blogs a quem passar o selinho... Em vez de 4 são os meus seguidores e leitores desconhecidos.

Beijinhos e obrigada Sandie!

Há pessoas assim

Há pessoas que nos desiludem.
Há pessoas que nos desiludem e pronto.
Viram as costas e esperam que reconstruamos a parte do muro que elas, propositadamente, construíram mal enquanto ninguém as estava a ver.
Há pessoas assim.

Depois há aquelas que não se mexem para nada a não ser que lhes traga algum benefício. Se uma parte do muro caíu, elas viram as costas e fingem que não vêem.
Enfim, há pessoas assim.

Há ainda pessoas que criticam todo e qualquer trabalho que os outros façam mas que se recusam a ouvir críticas.
Se lhes dizemos que a casa era para ser azul e ela a pintou de rosa, ficam furiosas e dizem que na parede que nós pintámos estão pegadas de uma mosca que por lá passou.
Não se pode fazer nada, há pessoas assim.

E depois há aquelas pessoas que, se vêem um pontinho de tristeza muito pequenino no nosso sorriso (forçado), nos sorriem e nos tentam animar com as mais extravagantes ideias e loucuras.
Aquelas pessoas que alugam o nosso filme preferido (mesmo que já estejam fartas dele) só para nos verem sorrir.
Aquelas pessoas que nos dizem que estamos giras quando estamos num mau dia.
Aquelas pessoas que não querem saber se o nosso cabelo está todo espetado ou liso quando é encaracolado e nos dizem que cheira a amoras ou lá ao que é. Mas que é bom.
Aquelas pessoas que põem um sorriso só por nos verem e vêm a correr pelo centro comercial/esplanada/ parque chocando com pessoas/cadeiras e mesas/skates, patins e bicicletas só para nos abraçar.
Aquelas pessoas que simplesmente estão lá sempre e nos ajudam a seguir em frente.
Como a bengala do House (esta é para as da turma B :P), mas muito melhores.

Felizmente, ainda há pessoas assim. E eu conheço um monte delas. Talvez chegue para esquecer, temporariamente, as outras. Talvez chegue para alegrar um dia, ou mesmo um mês. Não sei.
Mas eu gosto muito delas todas!

SM**Cappuccino
Obrigada a todas as pessoas que estão sempre lá. E às que fizeram o favor de "tirar o pó" ao meu coração (LY). E às pessoas especiais.
(E às com paciência para me aturarem, a mim e às minhas pequenas grandes divagações aqui do blog.)

terça-feira, 21 de julho de 2009

Um céu de Criança


Sentia uma aragem sobre o meu corpo quente.
Ouvia as conversas dos que, muito atarefados por tudo e por nada, estendiam as toalhas à minha volta.
O Sol radiante e Rei do Céu aquecia quem se dignasse a parar por dois segundos. Aquecia-me.
Espreitei, meio ensonada, e vi pequenos traços incertos, destemidos no meio do azul.
Traços leves, perfeitos, de quem manda no mundo sem o saber.
Abri os olhos e vi um magnífico céu todo traçado, paracia o desenho de uma criança.
Tão puro, tão inocente, tão verdadeiro.
As nuvens tinham todas as formas sem terem forma nenhuma. Fiquei a contemplar este pequeno tesouro, só a imaginar, só a sonhar.
Sonhei com histórias impossíveis e longíquas, reais e ao meu lado, sonhei até não ter mais nada para sonhar.


Por vezes, basta um céu pintado para voltarmos a ser Crianças.
Obrigada à criança que pintou o céu de Hoje.


SM**Cappuccino
(fotografia tirada com o meu telemóvel)

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Nem sei

Não sei bem.
Juro que não.

Andava por aí a passar e resolvi apanhar uma planta esquisita. Bonita, colorida. Como uma Estrelícia. Ainda melhor. Simples, única, livre, a reinar no seu próprio mundinho.
Apanhei ainda umas quantas folhas coloridas e teimosas.
Cheguei a casa e juntei tudo numa bela duma infusão. Fiquei com uma chá meio alaranjado que servi na minha caneca preferida.
Peguei numa obra de alguém que ando a ler ou nem por isso. Telefonei a toda a gente ou só a alguém especial. Conversamos durante horas sem dizer nada, só ouvindo a respiração calma um do outro. Contamos as nossas maiores tropelias só com recordações.
Fomos até ao café (e sim, eu levei o meu cházinho, mais uma chávena para ele) e rimos. De quê? Nem sei.


SM**Cappuccino

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Eyes Wide Shut


Close your eyes and come with me.
We will dive in the deepest seas.
Close your eyes and let me feel the world.
Pretend that we are the only ones.
Act like you don't care.

Close your eyes and feel.
It's our life and it's real.
We are made of Dreams
And Dreams are made of Stars.

And you know, you do know
There´s not a Star that we haven't seen.
There's not a Star we can't see in the Ocean.

So just close your eyes, and rest in the gentle waves of life.

SM**Cappuccino

domingo, 12 de julho de 2009

'Till the stars

Voa.
Voa serena pela noite dentro.
Não pares nos altos edíficios.
Não respires o fumo das chaminés.
Não olhes para os rios contaminados.
Não olhes para as lágrimas da Terra.
Não choques com os aviões, não te aproximes dos helicópteros.

Voa.
Voa serena pela noite dentro.
Vai em paz até às estrelas.
Escolhe um cantinho para ser só teu e lá morares.
Escolhe uma estrela bonita e cintilante, longe da Terra.
Eras e ainda és pequena, ainda não tens culpa do mal que fizemos e fazemos.
A tua inocência ainda é uma razão válida.

Voa serena pela noite dentro.
Não pares nas nuvens.
Não fiques a ver a aurora.
Segue sempre em frente até à tua estrela.
Ela já lá está à tua espera.
Não voltes.
Não quero que vejas o teu pequeno mundo arruinado.

Voa pequenina. Eu fico aqui a ver-te.


SM**Cappuccino

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Bate Toca

Bate na tecla.
Bate toca, bate toca, bate bate gira e toca.
Bate na tecla, toca no chão, dança.
Bate suavemente na tecla do velho piano mudo,
à espera que ele desperte do seu sono sem fim.
Bate toca, bate toca.
Toca no chão, levemente, tão levemente que parece voar.
Toca no chão, apenas para me acompanhar.
Bate bate gira e toca.
Rodopia, um volta graciosa e leve melodia.
Pára, o público aplaude.
A bailarina fica só no seu pequeno palco.
Só no seu pequeno mundo.
Apesar de toda a gente a ver, ela não vê ninguém.
Ninguém a conhece, ninguém sabe a sua vida.
Ela é apenas uma diversão.

Uma ilusão colorida que se desfaz pouco a pouco neste mundo manchado de trevas.

SM**Cappuccino

domingo, 5 de julho de 2009

Selinhos

Antes de mais: Um enorme obrigada à Raquel .
O primeiro Selo :



Regras:
1-Publicar a imagem do selo e identificar a amiga que o deu (obrigada outra vez :D);
2- Escolher 5 situações da tua vida, que mereciam ser repetidas em câmara-lenta ;
3- Passar o desafio a outros blogs e avisá-los ;


As minhas 5 situações (vai ser díficil, a minha vida devia de ser passada naquele programa da camâra SUPER lenta):

1-O último dia de aulas deste ano. Todas as pequenas lágrimas de saudade, antecipação ou alegria. Todas as promessas que ficaram fechadas bem dentro do coração.
2-Todos os sorrisos sinceros.
3-Todos os momentos em que praticámos (especialmente para a Sara) o puro desporto de Viver a Vida a 100%.
4-Os dias passados no parque com a Joana, a Carolina e todas as outras (e outros!)
5-Os dias passados com a Rita: o nosso bolo plasticina (don't ask), a praia, as nossas avarias.
(6-Veneza, praça de São Marcos... e as três noites lá passadas... Nem a chuva nos impediu! Ai aqueles gelados...)


Os ditos premiados:
-KIMPORTA (http://nafaixerrada.blogspot.com/)
-Raquel (http://osmacaquinhosdomeusotao.blog.sapo.pt/)
-Sofia Carvalho (http://sofiaomeumundo.blogspot.com/ )
-SEK (http://palavraapalavra-sek.blogspot.com/)
-Sandra (http://s-de-sabedoria.blogspot.com/)
-SM*L (http://queijo-derretido.blogspot.com/)
-Catarina (http://descobreaspalavras.blogspot.com/)
-Senhor das Chaves (http://osenhordaschaves.blogspot.com/)


O segundo selo:

Regras:
1. Exiba a imagem do prémio (prémio vai ser quando eu ganhar o Euromilhões!);
2. Poste o link do blog que o premiou;
3. Indique blogs para fazerem parte do "Manifesto Jovens que Pensam";
4. Avise os indicados;
5. Publique as regras.


Obrigada!

SM**Cappuccino

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Terra remota


Caminhou pelo velho pontão de madeira. Podia sentir os seus buracos e tábuas soltas. Roçavam-lhe as ervas nas pernas nuas enquanto os pés continuavam o seu caminho, já tão conhecido. Uma brisa nórdica bateu-lhe de mansinho na cara.
Os pés descalços tocaram na areia suave e fria da manhã. Continuou a andar, sem rumo, sempre em frente, com os pés a ensinar-lhe o caminho. Levava os olhos fechados, queria sentir o mundo, ao invés de o ver. Um pé bateu num ramo oco, duro e áspero. Deixou-o para trás, prostrado na areia solta.
Sentiu a areia ficar mais compacta, mais fria. Um toque breve na água chegou para a arrepiar totalmente. Podia apenas imaginar a brancura da espuma da onda que a saudou vigorosamente, molhando os seus joelhos.
Admirou-se por não ter encontrado nenhuma toalha macia no caminho. Abriu os olhos para comtemplar o mundo, como se fosse a primeira vez. Ao longe formava-se uma nuvem negra e algumas pérolas cinza caíram na sua cabeça. A praia estava deserta e destruída. O café tinha sido destruído num incêndio. O mar revoltado parecia querer virar todos os barcos que nele passassem.
Uma gota diferente caiu na areia branca.Límpida e quente. Uma lágrima humana.

Ela voltou para trás, deixando que os pés a guiassem, pois sabia que o seu coração não reconhecia aquele lugar como a primeira terra que alguma vez conhecera.


SM**Cappuccino

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Almas

Ela entrou a correr pela cozinha. Começou a debitar outra das suas teorias, nem sequer ouvi. Apenas a olhava. Vi os seus olhos a perguntarem algo à pessoa ao meu lado. Esta acenou. Os seus olhos viraram-se para mim, perguntando exactamente a mesma coisa. Mas eu não sabia o que responder. Eu não sabia ler aquele olhar. Outro alguém irrompeu cozinha adentro e, com as mãos nos seus ombros, perguntou-me :"Então, vens ou não? É para hoje!". Ah, era isso, um convite. Olhei para ela, tentado dizer "Desculpa" só com os olhos. Ela sorriu-me de volta.

E garanto-vos que, se eu nunca soube ler os olhos dela (e eles são daqueles grandes, muito expressivos, não são janelas da alma, são a própria alma), muito menos consegui ler o seu sorriso, sempre tão carregado de tudo e mais alguma coisa. Tentei decifrá-lo: esperança (sempre), carinho, alegria, vida. Tanta vida.

Nessa manhã tínhamos estado a descutir a cor das almas (ela tinha lido um livro que dizia que todas as almas são prateadas e ela dizia que a alma devia de ter a cor que a pessoa quisesse):

- De que cor é a tua alma?-perguntou ela.
-Sei lá. Talvez azul como mar. E a tua?
-Não sei bem. Rosa, talvez. Ou laranja. Ou verde. Ou amarelo. Não sei gosto de muitas cores.
-É arco-íris.

Ela sorriu.

-Não, já sei - disse eu. - A tua alma é transparente!

Sim, porque ao contrário de todas as moedas de duas faces que são as pessoas, ela era como um cubo de vidro que , apesar de ter seis faces, todas elas são iguais e deixam ver o interior. Ela não mostrava só a parte que queria, ela mostrava tudo, tudo o que era e não era. Transparente, límpida, limpa.

-Sabes, há muitas almas que fogem do corpo para conhecer outros sítios. Mas a tua não - disse-lhe.
-Também não gosto de almas presas...
-Não, a tua não está presa. Voa durante o dia, abrançando todo o mundo, conhecendo cada ser, cada pessoa, cada formiga, vendo cada raio de sol e cada gota. Mas ela sabe que tem uma casa, um lar para onde voltar todas as noites e sabe que, por muitos que possa deixar esse lar, nunca viveria feliz com essa decisão.

Lembrei-me desta conversa e tornei a olhar para o seu sorriso. Compreendi-o. Estava muito carregado de tudo, mas era apenas felicidade.


SM**Cappuccino

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Pequena Obra


O Poeta senta-se a um canto.
Escreve, risca, reescreve, risca de novo.
Acaba com uma folha maltratada e cinzenta do carvão.
Decide passar a sua pequena criação a limpo.
E agora? pensa. Que faço eu com tal coisa? Mostro-a, pois então.

E mostra a sua pequena obra, o seu pequeno segredo ao mundo.
Expõe o seu trabalho árduo de longas horas clandestinas.

Agora a obra não é mais sua.
Agora é do mundo e só este pode decidir o seu futuro.
Se calhar vai fazer história.

Provavelmente vai ser criticada, insultada, maltratada, rasgada e colada. Não voltará a ser a mesma criança que saiu das mãos do Poeta.
O Poeta pô-la no mundo, à espera que este a deixasse crescer livremente e espalhar a sua ingenuidade e inocência.

Mas o Mundo castigou e fustigou a pequena obra como se de um demónio se tratasse.
Pior ainda, alguns ainda a ignoraram e viraram-lhe as costas, agora que ela está tão exposta e desprotegida.

Ela, que só ansiava por um coração caloroso onde pudesse crescer livremente.


SM**Cappuccino

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Diário de um marinheiro


18 de Junho de 2009

Cheguei a uma ilha no meio do Atlântico. O sol está a pôr-se e o céu adquire um tonalidade laranja com laivos de vermelho. As nuvens em volta, rosas e roxas, completam a paisagem.
Não posso voltar a Vig depois do aviso do Pai. Agora posso apenas sonhar com os altos edifícios, o céu cinzento, os vizinhos, as lojas do centro. Tudo tão diferente desta aldeia onde me encontro agora. Não posso mais tornar a ver os cais onde cresci, e as minhas memórias são cada vez mais difusas. Terei de me contentar com a vida de marinheiro.
Será que estou realmente a cumprir o meu sonho? Não sou esperado em parte alguma, sou apenas mais uma cara que passa, que vai e não volta. Ninguém sabe quem sou, de onde venho ou para onde vou. Às vezes, nem eu sei.
Viajei por meio mundo, conheci novas terras. Enfrentei novos perigos, provei a doce tapioca e a amarga canela, senti o cheiro da relva, dos animais e da terra, inalei o fumo das fábricas. Vivo a vida com que sempre sonhei. Sou marinheiro e, em breve, serei capitão.
Mas valeu a pena? Deixar a minha família, abandoná-los e saber que nunca poderei regressar? Será que este sonho é assim tão importante que tem o direito de destruir o resto da minha vida?

Será que o Amanhã não vai ser sempre igual a hoje?

SM**Cappuccino

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Doces estrelas

Olhei lá para fora.
Uma tempestade acercava-se da nossa humilde casa à beira-mar. Pensei nele, lá longe, lá esquecido. Será que tinha apanhado algum? Vinha com as redes cheias?
A noite caíra sem que eu desse por isso. Comecei a contar as estrelas. Pensei nas que não conseguia ver. Nas que estavam demasiado longe. Ou que simplesmente não se queriam mostrar. Sim, porque as estrelas também têm vontade própria.
Uma gaivota cruzou aquele azul escuro. Uma luz acendou-se lá ao fundo no horizonte.
Que desejo insaciável era aquele? Que direito proclamado lhes permitia querer alcançar o sonho? Alcançar o horizonte.... E os que cá ficam? E os que não os podem acompanhar?
A luz parecia maior. É ele, pensei. Ele ouviu os meus pensamentos e está a regressar.
Lembrei-me de inúmeras obras. Como sempre. "Horizonte" de Fernando Pessoa. O episódio do "Velho do Restelo", n"Os Lusíadas". A luz aproximou-se e vi que aquele não era o barco dele. "O velho e o mar" de Hemingway.
Olhei para o céu e as estrelas sorriram-me. Sorri-lhes de volta e pedi para me cantarem. Mas elas não cantaram. Supliquei. Nada. Soube imediatamente. Senti lágrimas a escorrerem pelas bochechas. Bochechas. Ele sempre gostara da palavra.
As estrelas derramaram doces lágrimas, acompanhando-me.
Passou muito tempo. Bateram à porta. Era um dos seus colegas. Vinha informar-me. Mas eu já sabia há muito tempo. As estrelas não tinham cantado.


SM**Cappuccino

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Carpe Diem

Hoje não vou mais olhar para trás.
Hoje não quero saber do que pensas ou deixas de pensar
Daquilo em que acreditas ou fazes.
Hoje vou viver a vida como nunca ninguém a viveu.
Hoje vou deixar sorrisos pelo mundo.
Hoje vou deixar um pedacinho de mim em cada coisa que fizer
Só para ficar bonita, só para dar o meu melhor
E chegarei ao fim do dia minúscula,
Mas ainda darei muitos pedacinhos de mim.
Não só hoje, não só amanhã
Não só às coisas que faço.
Darei sempre o meu melhor, a tudo e todos.
Porque desistir não faz parte do dicionário.
Porque eu nunca desisto.
Porque Eu hoje vou viver a vida como nunca niguém a viveu.

Eu hoje vou ser Eu.

SM**Cappuccino

domingo, 31 de maio de 2009

"Aí é o fogo!"

-Sofia põe-me nos paus.
-Mas ainda não estás cansada?
-Não. Agora larga-me para eu saltar.

"A sabedoria da criança é não saber que morre" (Ruy Belo)

-Não te magoaste?
-Não. Agora anda pos baloiços! Agora empurra-me. Mais alto, mais alto.

Querias tocar no céu, querias passar por cima do mundo e dos adultos.

-Assim tanto não! Agora anda pa casinha! Senta-te aqui. Tas a ver aquela de camisola amarela? Eu conheço-a!
-Sim, eu também.
-Não é giro? Anda pos paus. Eu atiro a bola e tu apanhas.

E ai de quem me apanhasse a bola. Começavas a gritar: Não, não, é a Sofia!
E os adultos largavam a bola, sem perceberem.

"Porque os adultos nunca percebem nada sozinhos e um criança cansa-se de lhes estar sempre a explicar tudo." (O Principezinho)

-Agora foge! Aí está o fogo! Anda cá para cima!
E dei comigo a fugir de um fogo que eu sabia não existir mas em que acreditava.

-Não toques aí, aí é o fogo! Oh, a bola caiu! E foi para o fogo! Põe-me nos paus!
-E não me deixas descansar?
-Não, eu ainda não tou cansada.
Vem a Joana.
-Sofia, Sofia, Sofia, Sofia. Poe nos paus.
E a Mariana.
-Também me ajudas?
E volta a Carolina.
-E a mim!

Mais uma volta.
-Não, mais não. Deixa a Sofia descansar.
-Mas ela não tá cansada!
-Tá sim, eu sei.

"Só as crianças sabem o que querem." (O Principezinho)

-Já te vais embora?
-Já...
-Mas depois voltas? Outro dia?
-Sim.
-Obrigada!

E depois voltei ao meu mundo. Fui no carro com mais adultos. E o que me espantou, é que não conseguia perceber nada do que diziam. Queixavam-se disto e daquilo, diziam piadas sobre acoloutro.
E eu só pensava: Por aí não, aí é o fogo!

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Happy Day


Ela sorria, na sua timidez.
Deu-me a mão e fomos juntas passear.
Peguei-lhe ao colo, deixei-a ver o que via.
Mostrei-lhe o meu mundo,
Mostrei-lhe as maravilhas do homem e da Natureza.
Mostrei-lhe tudo quanto pediu.
Mostrei-lhe a altura dos prédios, mostrei-lhe os pombos a comer, a relva, as outras crianças.
Mostrei-lhe o mar, mostrei-lhe as conchas e as gaivotas, mostrei-lhe as ondas e as falésias, mostrei-lhe os barcos longíquos e a espuma branca. Mostrei-lhe as nossas pegadas pela areia.

No fim do dia, quando me fui embora ela disse-o, ainda com um sorriso.
Disse-o assim, como que para finalizar o dia, para tornar perfeito aquele momento. Como que a dizer-me o que tinha sido mais importante.

"Gosto muito de ti."

SM**

terça-feira, 19 de maio de 2009

Sorrisos

Entrei hoje para a natação, como todas as terças. Fui um pouco mais tarde e apanhei os mais novos a entrarem ao mesmo tempo. Todos me cumprimentaram.

Há umas semanas, todas encolhidas a um canto. Apontavam para mim, sorriam, segredavam. Perguntava-me o que estariam a magicar. Até que começaram a discutir e uma veio ter comigo empurrada pelas outras. Com um grande sorriso e muita timidez perguntou-me como me chamava. "Sofia" disse. Ela voltou a correr. "Chama-se Sofia", "É a Sofia", Sofia, Sofia era tudo o que conseguia ouvir. Nesse dia quando me fui embora disseram todas em coro: "Adeus Sofia". "Adeus", respondi eu com um sorriso. "Ela respondeu, viste? Ela respondeu!". E eu sorri pela simplicidade daquelas crianças.

E agora é sempre o Bom dia e o Adeus. Sorrisos e risos.

Hoje foi diferente. Uma delas chegou-se a mim e abraçou-me enquanto dizia "Olá Sofia". Olá, respondi eu. Ela foi a correr para o balneário a cantar "eu abracei-a, eu abracei-a!" "Não abraçaste nada!" "Abracei sim, e ela também me abraçou!" "Que sortuda, eu também quero!"

E senti-me feliz. O simples facto de eu falar com elas, de em preocupar com elas, de querer saber como correra o seu dia eram momentos de pura felicidade. Começaram a perguntar-me mais coisas, sempre com aquela timidez inicial, mas com um brilho de curiosidade no olhar.

E vi a criança que nunca perdi, a criança que continua dentro de mim, soterrada pelas capas da vida. Hoje retirei-as todas, e voltei a sorrir só porque sim.

Porque o melhor do mundo são as crianças.

SM**

Obrigada.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Muda

Mudam-se os ventos
Mudam-se as palavras
Muda-se a freguesia
Muda-se o calendário
Mudam-se os amigos e amigas
Mudam-se as emoções e os dizeres
Mudam-se os cantares de alegria.
Muda a saudade das bonecas para a saudade das pessoas
Muda o sorriso para a desconfiança.
Mas o teu sorriso não muda.
Mas a nossa relação não muda.
Mas o mar, intocável e impossuível, não muda.
Mas a confiança que tenho em ti não muda.
Mas a esperança que sempre me transmites não muda.

Mudam as estações
Mas no meu coração é sempre Primavera, estação da vida.
Ou Verão, estação do prazer e descanso, da boa-disposição.
Ou Outono, estação das castanhas, do reencontro com os amigos, da amizade.
Ou Inverno, estação das descobertas e celebrações.

Não interessa, isso não muda.

SM**

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Gosto de ti

Gosto muito e de muitas coisas.
Gosto quando me abraças.
Gosto dos beijinhos de bom-dia.
Gosto de elogios.
Gosto de passear à chuva.
Gosto da tua voz.
Gosto de ti, e não tenho vergonha de o dizer.

Hoje ouvi insultos atrás de insultos, boatos atrás de boatos, rumores, más-línguas e sabe-se lá que mais. Mas os "gosto muito de ti" foram raros. Um, dois? E isso porque hoje era um daqueles dias bons.
O que aconteceu a esta sociedade? Há uma falta de carinho, uma falta de segurança, uma falta de tudo. Há uma vergonha imparável em mostrar que temos sentimentos. E maior ainda se gostarmos e aceitarmos esses sentimos. "Eu odeio-te", o ódio é um mau sentimento, é um que posso revelar. "Gosto de ti", "És uma boa pessoa", até o "Obrigado" aquele "Obrigado" sincero e sorridente de quem agradece realmente, foram esquecidos. Enterrados por baixo da discórdia, do ódio, da indiferença.
Dizem que a linha entre o ódio e o amor é muito ténue. Então como é que todos odiamos alguém e dizemo-lo (juntamente com todos os defeitos da pessoa em causa) aos sete ventos e não somos capazes de elogiar alguém? Não sei se já vos aconteceu. Criticam com a maior das facilidades : "Não és bom nisto", "fizeste mal aquilo", mas sempre que vão elogiar pensam "quem sou eu para me estar a meter na vida dessa pessoa?", "o que irá ela pensar?", "E se for despropositado?".

Pois eu digo-o, e bem alto, para que todos oiçam (leiam, neste caso).
Gosto muito, mesmo muito de ti.
E não tenho vergonha nenhuma disso.

SM**

sábado, 9 de maio de 2009

Muralhas

Chorava.
Estavas do lado de fora da história, à minha espera.
Eu tinha criado barreiras que sabia não conseguires transpôr.
Usei todas as armas que tinha, gastei todas as minhas forças.
E tu, tu tentaste desfazê-la.
Lutaste, destruíste o meu trabalho, mas eu fui mais rápida.
Tentaste encontrar alguma falha ou fenda nos muros, mas eles eram perfeitos. Tal como tu me ensinaste a fazê-los.
Cavaste, escalaste, tentaste por tudo penetrar naquele meu mundo. Até que, não sei como, sem um único buraco ou barulho, entraste.
Esfarrapado e arranhado, maltratado e cansado.
Mas estavas ali. Sentaste-te ao meu lado e olhaste-me.
No teu olhar não havia raiva pelo esforço, nem cansaço sequer. Só paixão.
E eu soube que tudo tinha voltado ao normal.

Obrigada por nunca desistires.
E por me ensinares a nunca desistir.

SM**

sábado, 2 de maio de 2009

Para onde fugiste?

Onde estás agora?
Onde estás agora que descobri os teus truques?
Para onde foste agora que deixei de acreditar em ti?
Para onde foste agora que ficaste sem armas?
E agora? Não me tentas mais iludir?
Já não me tentas?
Percebes agora porque te chamo falsa e inalcansável?
Só existes para os que perseguem os caminhos fáceis.
Basta deixar de te proteger para sumires.
Basta ficares sem argumentos para te evaporares.
Iludes, tentas, conquistas e vais-te.
Pois então, vem.
Vem cá se és capaz.
Já não acredito em ti e nos teus truques, já te conheço.
E agora, onde está toda a força que mostravas? Toda a coragem?
E agora, para onde foste?
Para onde fugiste desta vez?

SM**

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Preciso de ti

Preciso de ti.
Preciso do teu sorriso cumplice
E do teu olhar desconfiado.
Preciso das tuas emendas
E das tuas respostas.
Preciso do teu riso
E maneira de ser.
Preciso do teu mistério
E do pouco que conheço de ti.
Preciso das palavras
Que todos os dias me dizes.
Preciso de ti,
O meu desafio diário
O meu objectivo a cumprir.
Preciso de que me digas que irei conseguir,
Preciso que me olhes com aquele olhar que só tu sabes fazer.
Preciso dos teus gestos e confidências,
Das tuas frases repetidas.
Preciso mesmo de ti,
E não te posso dizer.

SM**

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Um dia...

One day I'll be able to walk and see how far I can get.
One day I'll get to know every single word and I'll be able to say thank you.
One day I'll have plenty of memories, but you'll still be my first.
I'll be a parent, and I'ld like my son to have your nose.
One day I'll be able to tell why I feel so happy.

Chicco

Um dia eu vou ser capaz de alcançar tudo o que sempre quis.
Um dia nada me vai conseguir parar.
Um dia vou viajar só para poder voltar para ti.
Um dia vou olhar para trás e sorrir.
Um dia vou contar aos meus netos todas as nossas tolices e brincadeiras.
Um dia vou-lhes contar das escondidas, das apanhadas, dos interrogatórios de sexta-feira, dos cumprimentos logo de manhã, dos melhores anúncios e músicas, do aparelho e de tudo o que me conseguir lembrar.
Um dia vou contar a toda a gente a minha vida e tu vais sempre lá estar.
Um dia vou ter netos e eles vão conhecer-te tão bem quanto eu.

Um dia nada me vai conseguir parar.

Today is The Day.
Live it well.

SM**

domingo, 26 de abril de 2009

Desculpa

Não quero mais saber.
Já não posso mais.
Carrego às costas um peso maior do que posso suportar.
Sei que te prometi, sei que te vou desiludir.
Sei que sempre te disse, Desistir não consta do meu dicionário.
Mas a verdade é que uma nova edição foi lançada, e desistir vem lá, destacada, sempre a tentar-me.
Não, não quero ceder a essa tentação que me prende com cordas de aço e me puxa sem me dar ar. Quero libertar-me e seguir em frente. Quero esquecer tudo e recomeçar de novo. Quero voltar atrás. Quero que tudo seja como no mês passado.
Mas será que consigo?
As cordas estão já muito entranhadas, a tentação já conhece os meus calcanhares de Aquiles. E aproveita-se disso, à grande e tentadoramente.
Hoje penso apenas em desistir, sabendo que o dia de amanhã não será melhor. Será igual, até que entre numa rotina demasiado vincada para se alterar.
Eu não sou a mesma pessoa de Segunda-feira. Não sou mais aquela aventureira.

Desculpa.

SM**

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Sol da Manhã


Hoje acordei cedo. Vesti-me, despachei-me, saí de casa.
Ia no carro e olhei pela janela. O sol começava a nascer. Os prédios estavam tingidos de uma luz clara e rósea, típica do nascer do dia. Estava um céu ainda meio escuro, com uma leve brisa a anunciar a manhã. Corria por todo o lado, como que alertando as pessoas para se prepararem.
O verde começava a ganhar a sua tonalidade. A noite começava a desaparecer, as estrelas deixavam de se ver no céu infinito. Os prédios passavam por mim sem que os conseguisse ver. Procurava em todas as fendas aquela luz rosada que me tinha apaixonado.
Deixei de a ver, procurava cada mais e com mais ansiedade. Até que a voltei a encontrar, mesmo de frente. Mas já não era rosada, era já amarela, e brilhava em todo o seu esplendor. Era agora a Rainha do Céu, e não a luz tímida que surgiu quando acordei.
Agora reinava, iluminava tudo, e a cidade voltou ao seu velho estado. Não era mais rosa, nem a brisa corria anunciando o dia. Agora a cidade era novamente cinzenta e o vento arrastava apenas areia das obras ali perto.
Mas no Céu brilhava a luz que eu procurara durante toda a semana.

Afinal, bastava erguer-me um pouco mais.

SM**

terça-feira, 21 de abril de 2009

Good Bye Stranger



Hoje para mim morreste.

Ontem podias ter feito tudo o que quisesses.
Ontem podias ter sido preso.
Ontem podias ter roubado.
Ontem podias ter derrubado o meu e o teu mundo.
Ontem podias ter apagado todos os passados.
Ontem podias ter feito o que quisesses,
Que continuarias a existir.

Agora podes fazer o que quiseres.
Agora podes chorar e rogar.
Agora podes ser o novo herói do mundo.
Agora podes enfeitar uma casa de alto a baixo com as mais frescas rosas dos Himalaias.
Agora podes ajudar-me.
Agora podes amar-me de todas as formas e feitios.
Agora podes ser o melhor do mundo,
Que para mim já não existes.

Para mim, morreste quando desististe de tudo.

SM**

"Don't ask me how I am if you don't want me to lie."

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Tu


Acordaste-me.
Sopraste e sorriste de mansinho.
Vi o brilho intenso dos teus olhos através da escuridão.
Senti a brisa vinda do teu sopro
E o fulgor do teu corpo.
Olhei, olhei-te.
Sorriste novamente e posso jurar que vi o "teu" sorriso.

Nada mexia,
Nada existia.
Era um universo só nosso,
Onde o tempo tinha ficado à porta.

Senti-te completamente.
Ouvi todos os teus medos e desejos,
Explorei a tua alma.
Vi pelos teus olhos.

Levantaste-te, abraçaste-me e foste embora.
A única coisa que ouvi foi:
Amo-te.

SM**

domingo, 19 de abril de 2009

Sabes realmente...



Sabes realmente o que é sonhar?
Sabes realmente olhar para as nuvens e ver formas?
Sabes realmente imaginar?
Sabes realmente começar do zero?

Sabes realmente o que é amar?
Sabes realmente o que é querer até dar a vida a alguém?
Sabes realmente o que é morrer de saudade?
Sabes realmente o que é não querer nada mais do que aquela pessoa?

Sabes realmente o que é correr?
Sabes realmente o que é definir um objectivo só pelo prazer de o alcançar?
Sabes realmente olhar apenas para a estrada?
Sabes o que é calçar os ténis sexta à noite?

Sabes realmente o que é viver?
Sabes realmente pensar apenas no Hoje?
Sabes realmente apreciar até as migalhas?
Sabes realmente ouvir os pássaros?
Sabes realmente o que é ouvir a Natureza, desde o rio até à formiga?
Sabes realmente o que é ajudar só pelo sorriso final?
Sabes realmente o que é a felicidade?

Sabes realmente o que és?

SM**