sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Midnight Dance

Para a Nêss: não consigo ver o teu blog :(

Ouvi um estranho som do meu quarto.
Levantei-me a meio da noite e desci as escadas.
Às escuras, pareciam não ter fim. Sempre pensei que tivessem apenas 11 degraus.
Contei 13.

Ouvi uma melodia vinda da sala.
Nunca tivemos um piano.
A minha antiga flauta está lá em baixo na garagem, à espera de mais um sopro.
A minha viola repousa suavemente nas costas da cadeira no meu quarto. A pedir mais um batuque, um último acorde, uma última festa.
Então, o que estava a fazer aquele estranho som?

Entrei de mansinho.
Alguém dançava, mal tocando com os pés no chão, com movimentos tão suaves como uma pena a cair.
Rodopiava e continuava.
Dançava uma qualquer música imaginária que, por alguma desconhecida razão, eu ouvia.
Ouvia e calava.
Ouvia e olhava e nada dizia.

Assim ficámos o resto da noite:
Eu olhava
Ela dançava.
Nunca soube quem era, nunca perguntei.
Nunca perguntarei.

Só me perguntava quando é que iria voltar,
Porque tenho saudades dos tempos em que os sonhos pareciam tão reais.


SM**Cappuccino
(desculpem a falta de assiduidade e e visitas, mas o tempo já não estica mais)

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

S.O.S. Earth

Gostava de ir e e ver o mundo.
Gostava de ir e ver o Sol pela primeira vez.
Gostava de voltar a ver as estrelas que as luzes da cidade me tiraram.
Gostava de voltar a ver os rabsicos coloridos das crianças.
Gostava de ver as borboletas que agora fugiram.
Gostava de continuar a cantar as músicas das séries da FOX.
Gostava de poder ir passear.

Gostava de ir morar para uma estrela e esquecer tudo.
Mas sabes que não me conseguia esquecer de ti. Nem de ti. Nem mesmo de ti.
Portanto, gostava de ir morar para uma estrela e levar tudo aquilo que não quero esquecer.
Talvez leve a Terra inteira, se não acabarem de a destruir...

E eu que, quando era pequenina, sonhava em tranformar a Terra num estrela muito muito brilhante e bonita.
No entanto, cada dia ela é mais e mais destruída, e só chora, sem poder fazer mais nada.
(E o pior é que nós ficamos a olhar enquanto nos destroem a noss ÚNICA casa...)



SM** Cappuccino
(Será que reciclar é assim TÃO difícil?)

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Receita

-Um pouco de Chocolate.
-Umas gotas de cacau derretido, com leite para ficar mais saboroso, e um nadinha de manteiga para não secar.
-Uma pitadinha de Baunilha.
-Uma essência de amor, misturada com empenho e dedicação.


1º-Misturar tudo, muito suavemente, vendo bem o que estamos a fazer.
2º-Juntar qualidades a gosto.
3º-Mexer com as mãos, para deixar tudo inteiro.
4º-Adicionar alegria quanto baste (e mais um bocadinho!!), memórias e gestos.
5º-Levar ao forno do coração.
6º-Decorar com muitos e muitos sorrisos.
7º-Servir acompanhado de uma música especial, ao pé da lareira com um copo da bebida preferida e um amigo/a para partilhar.



SM**Cappuccino

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Selinho


Da Nêss.

10 coisas que não me saiem da cabeça:

-Patinar
-Pintar
-Ler
-Escrever
-Amigos
-Sorrisos
-Sobrancelhas
-Bolas de Sabão
-O jantar de 6ª
-Música (muitas e muitas, mais ou menso uma para cada pessoa!)


P.S: Só agora é que reparei que a imagem não tinha carregado XD
E já agora, para quem quiser levar.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Quem sou eu?

Eu?
Eu sou um eco de todas as minha memórias
De tudo o que me aconteceu.
De todas as perguntas sem resposta,
De todos os sorrisos à Beira-Mar,
De todos os Cappuccinos bebidos, sentidos, discutidos e desenhados.
De todos os bolos feitos Quinta à tarde com a Rita,
De todos os projectos com a Sara,
De todas as buscas com o Freddy.
De todas as viagens que me recuso a esquecer,
De todos os maus momentos que me recuso a lembrar,
De todas as palavras ditas e, ainda mais, das sentidas,
De todos os sonhos perdidos e, especialmente, dos perseguidos e alcançados.
De todos os sorrisos em bolas de sabão.

Eu sou própria,
Mas defino-me com a ajuda dos outros.
Eu nunca poderei dizer quem sou com exactidão,
Porque mudo a cada momento
E em cada tempo sou diferente.
Eu, no fundo, sou eu mesma,
Mas este mesma tem muito que se lhe diga:

Hoje, não gosto do mesmo que gostei ontem,
Hoje não faço o que amanhã farei,
Eu hoje não sou o que amanhã serei.

SM** Cappuccino

domingo, 3 de janeiro de 2010

Inspiration

O primeiro post do ano

Quero escrever. Escrever até que os meus dedos se fartem de carregar nas teclas finas. Ou até que o meu teclado comece a falar e a refilar por estar sempre a carregar nele (ele tem cócegas, e muitas, especialmente na letra "e". Portanto, estão a ver o drama). Mas sobre quê? A inspiração tem estado a fugir constantemente e não a encontro em lado nenhum.

Mas aqui parada não resolvo nada. Decidi ir dar uma volta.
(Se eu fosse a inspiração onde é que me escondia?)

Talvez num pontão.É um sítio calmo para pensar, um sítio bonito para imaginar. Tentei começar uma divagação (a Sara chama-lhes divagações cappuccinianas. Nome que eu gosto) numa praia longíqua e deserta, com uma história romântica, e personagens, por acaso, até interessantes e... bah, cliché. Tentei rascunhar um texto sobre um rio e tudo aquilo que ele transporta consigo. Lembro-me de ter lido num livro que dizia que nada nem ninguém pode apressar o rio. Ele vai sempre ao seu ritmo. Mas tirando o que me lembrava do livro, não escrevi mais nada.
Afinal, as ninfas do Tejo não tinham a minha inspiração.

Talvez num café. Um sítio onde gostamos de estar, para descontrair, para pensar, para tudo e mais alguma coisa. Uma história num restaurante. Uma num café, outra num bairro, outra no campo, outra sem sítio determinado.
Mas afinal a minha inspiração não estava nos sorrisos das pessoas, nem na aparente crise de que todos falam e ninguém ouve dizer, nem nos pássaros a pedir comida, nem nas crianças a andarem de triciclo. ( Onde é que ela se escondeu?)

Porque não está no campo. Não está na família, no Natal maravilhoso, com um grande almoço e fotografias de família com a família dividida em três grupos para cabermos todos. Aparentemente, não.
Nem na festa. Nem nos gritos no ano novo, nem no fogo-de-artifício, nem no champanhe que me recuso sequer a provar, nem na chuva.
Visivelmente não.

Recordando o meu percurso, do qual nem me lembro, ela não está. Nem metaforicamente, nem realmente, nem literalmente, nem outro qualquer mente falando.

Voltei para casa, meia desolada. Encontrei-a, a tremer, enroscada na cadeira, à minha espera.

SM**Cappuccino