quinta-feira, 30 de abril de 2009

Um dia...

One day I'll be able to walk and see how far I can get.
One day I'll get to know every single word and I'll be able to say thank you.
One day I'll have plenty of memories, but you'll still be my first.
I'll be a parent, and I'ld like my son to have your nose.
One day I'll be able to tell why I feel so happy.

Chicco

Um dia eu vou ser capaz de alcançar tudo o que sempre quis.
Um dia nada me vai conseguir parar.
Um dia vou viajar só para poder voltar para ti.
Um dia vou olhar para trás e sorrir.
Um dia vou contar aos meus netos todas as nossas tolices e brincadeiras.
Um dia vou-lhes contar das escondidas, das apanhadas, dos interrogatórios de sexta-feira, dos cumprimentos logo de manhã, dos melhores anúncios e músicas, do aparelho e de tudo o que me conseguir lembrar.
Um dia vou contar a toda a gente a minha vida e tu vais sempre lá estar.
Um dia vou ter netos e eles vão conhecer-te tão bem quanto eu.

Um dia nada me vai conseguir parar.

Today is The Day.
Live it well.

SM**

domingo, 26 de abril de 2009

Desculpa

Não quero mais saber.
Já não posso mais.
Carrego às costas um peso maior do que posso suportar.
Sei que te prometi, sei que te vou desiludir.
Sei que sempre te disse, Desistir não consta do meu dicionário.
Mas a verdade é que uma nova edição foi lançada, e desistir vem lá, destacada, sempre a tentar-me.
Não, não quero ceder a essa tentação que me prende com cordas de aço e me puxa sem me dar ar. Quero libertar-me e seguir em frente. Quero esquecer tudo e recomeçar de novo. Quero voltar atrás. Quero que tudo seja como no mês passado.
Mas será que consigo?
As cordas estão já muito entranhadas, a tentação já conhece os meus calcanhares de Aquiles. E aproveita-se disso, à grande e tentadoramente.
Hoje penso apenas em desistir, sabendo que o dia de amanhã não será melhor. Será igual, até que entre numa rotina demasiado vincada para se alterar.
Eu não sou a mesma pessoa de Segunda-feira. Não sou mais aquela aventureira.

Desculpa.

SM**

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Sol da Manhã


Hoje acordei cedo. Vesti-me, despachei-me, saí de casa.
Ia no carro e olhei pela janela. O sol começava a nascer. Os prédios estavam tingidos de uma luz clara e rósea, típica do nascer do dia. Estava um céu ainda meio escuro, com uma leve brisa a anunciar a manhã. Corria por todo o lado, como que alertando as pessoas para se prepararem.
O verde começava a ganhar a sua tonalidade. A noite começava a desaparecer, as estrelas deixavam de se ver no céu infinito. Os prédios passavam por mim sem que os conseguisse ver. Procurava em todas as fendas aquela luz rosada que me tinha apaixonado.
Deixei de a ver, procurava cada mais e com mais ansiedade. Até que a voltei a encontrar, mesmo de frente. Mas já não era rosada, era já amarela, e brilhava em todo o seu esplendor. Era agora a Rainha do Céu, e não a luz tímida que surgiu quando acordei.
Agora reinava, iluminava tudo, e a cidade voltou ao seu velho estado. Não era mais rosa, nem a brisa corria anunciando o dia. Agora a cidade era novamente cinzenta e o vento arrastava apenas areia das obras ali perto.
Mas no Céu brilhava a luz que eu procurara durante toda a semana.

Afinal, bastava erguer-me um pouco mais.

SM**

terça-feira, 21 de abril de 2009

Good Bye Stranger



Hoje para mim morreste.

Ontem podias ter feito tudo o que quisesses.
Ontem podias ter sido preso.
Ontem podias ter roubado.
Ontem podias ter derrubado o meu e o teu mundo.
Ontem podias ter apagado todos os passados.
Ontem podias ter feito o que quisesses,
Que continuarias a existir.

Agora podes fazer o que quiseres.
Agora podes chorar e rogar.
Agora podes ser o novo herói do mundo.
Agora podes enfeitar uma casa de alto a baixo com as mais frescas rosas dos Himalaias.
Agora podes ajudar-me.
Agora podes amar-me de todas as formas e feitios.
Agora podes ser o melhor do mundo,
Que para mim já não existes.

Para mim, morreste quando desististe de tudo.

SM**

"Don't ask me how I am if you don't want me to lie."

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Tu


Acordaste-me.
Sopraste e sorriste de mansinho.
Vi o brilho intenso dos teus olhos através da escuridão.
Senti a brisa vinda do teu sopro
E o fulgor do teu corpo.
Olhei, olhei-te.
Sorriste novamente e posso jurar que vi o "teu" sorriso.

Nada mexia,
Nada existia.
Era um universo só nosso,
Onde o tempo tinha ficado à porta.

Senti-te completamente.
Ouvi todos os teus medos e desejos,
Explorei a tua alma.
Vi pelos teus olhos.

Levantaste-te, abraçaste-me e foste embora.
A única coisa que ouvi foi:
Amo-te.

SM**

domingo, 19 de abril de 2009

Sabes realmente...



Sabes realmente o que é sonhar?
Sabes realmente olhar para as nuvens e ver formas?
Sabes realmente imaginar?
Sabes realmente começar do zero?

Sabes realmente o que é amar?
Sabes realmente o que é querer até dar a vida a alguém?
Sabes realmente o que é morrer de saudade?
Sabes realmente o que é não querer nada mais do que aquela pessoa?

Sabes realmente o que é correr?
Sabes realmente o que é definir um objectivo só pelo prazer de o alcançar?
Sabes realmente olhar apenas para a estrada?
Sabes o que é calçar os ténis sexta à noite?

Sabes realmente o que é viver?
Sabes realmente pensar apenas no Hoje?
Sabes realmente apreciar até as migalhas?
Sabes realmente ouvir os pássaros?
Sabes realmente o que é ouvir a Natureza, desde o rio até à formiga?
Sabes realmente o que é ajudar só pelo sorriso final?
Sabes realmente o que é a felicidade?

Sabes realmente o que és?

SM**

sábado, 18 de abril de 2009

Com o ouvido colado ao auscultador



Se trouxessemos alguém do século XX para os dias de hoje pensaria que éramos loucos. Quem se lembra de dançar pela rua cantado os novos temas de algum artista?

Sejam pois bem-vindos à sociedade de hoje. Temos, por um lado, os demasiado apressados e ocupados que não dispensam uma boa música como fundo de trablho ou ao fim do dia para descansar. Do outro lado temos quem não conheça outros sons senão aqueles que o mp3 emite. Dançam todo o dia, toda a hora e em todo o local. Ouvem duas músicas ao mesmo tempo com a mesma facilidade que contam até dez. Com mais facilidade, nalguns casos.

Antigamente decoravam-se fórmulas e tabelas. Hoje decoram-se letras de músicas, datas de lançamento de CDs e websites de dowload de música.

Há música para todos os gostos e ouvintes, desde os seus amantes até àqueles que ouvem a música demasiado alta de quem passa. Podemos ouvir fado, baladas, rock, hip-hop, de tudo um pouco e até mesmo tudo misturado. A única coisa que não conseguimos ouvir bem é o silêncio.

Se, por um lado, todos sabem das novidades musicais, são poucos aqueles que repararam no canto dos pássaros hoje, no barulho da chuva, ou no murmurar da água.

Sim, oiçam todas as músicas vezes sem conta, decorem quando é que o cantor respira, dancem pela rua. Dançar e cantar faz bem e desenvolve a criatividade (e a surdez). Só não se esqueçam de ouvir o resto do Mundo.


SM**

Produção escrita para a aula de Língua Portuguesa - Texto de opinião

quinta-feira, 16 de abril de 2009

O Porquê (com letra maiúscula) da minha escrita

Descobri hoje porque escrevo.
Não escrevo para agradar aos demais.
Não escrevo para me colocar num altar.
Não escrevo para que alguém me admire.

Sei que a minha escrita não é perfeita (a perfeição é um defeito).
Sei que nunca serei Fernando Pessoa, ou Luís de Camões.
Sei disso tudo, mas sei algo que não sabem.

Sei que quando me releio aprendo algo.
Sei que quando me releio revejo o momento e as emoções de quando escrevi. E lembro-me de tudo novamente.
Sei que quando me releio posso ver-me do lado de fora entrando bem cá dentro.
Sei que quando escrevo, a principal mensagem e crítica era para mim.
E sei que, depois de me reler várias vezes, cresço mais um pouco.


SM**

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Dedicado a...

Muitos me perguntam a quem dedico este ou aquele poema. Não os costumo dedicar a ninguém, porque, apesar de parecer, não pensava em ninguém em especial. Este, não é sequer um poema, é mais um texto. Mas este dedico, e dedico-o a todos os meus leitores. Para que encontrem paz e sorriam.




Passava por caminhos sem fim, sem destino certo ou mesmo itineráro.
Passava por ali apenas porque sim.

Não liguei ao caminho,
Não liguei o mp3,
Não corri, não dancei, não saltei.

Chovia, estava um daqueles dias "cinzentos e tristes", um daqueles dias bons para pensar. Mas eu nem isso conseguia fazer.
Saltei por cima de poças, até ficar encharcada numa tentativa de lembrar a já passada infância.

Lembrei-me daquela frase: "Gosto de andar à chuva porque ninguém repara que estou a chorar."
Eu cá gosto de andar à chuva para sentir algo a bater contra o meu corpo.
Gosto de andar à chuva porque gosto do frio dócil das pérolas do céu.
Gosto da chuva porque gosto de apanhar gotas em pleno ar.
Gosto da chuva porque rega os campos.
Gosto da chuva porque gosto.
Gosto da chuva, porque sem chuva não há arco-íris.

E um apareceu à minha frente.

Pensei em perseguir o seu fim, deixar-me levar até não poder andar mais, visto já não saber mesmo onde estava. Comecei a seguir esse pensamento, até que, no caminho, encontrei um rebento a brotar da terra. Um pequeno ponto verde no meio de tanta terra. E sorri. Sorri porque a vida continua. Sorri porque havia algo que não desistia. E sorri principalmente porque sabia que tinha encontrado um dos fins do arco-íris.

Continuei a andar, vi pessoas a olhar para mim. Eu continuava com o sorriso de quem tinha encontrado a paz.

E então vi-te. Vi-te, rodeado por uma imaginária luz. Os teus olhos ansiosos, o teu sorriso tranquilo. E soube que tinha tido demasiada sorte num só dia.

Agora sabia onde estavam os dois fins daquele arco-íris. E soube que eu tinha algo porque lutar.


Fils de...

Vi-o num livro que estou a ler, Adopta-me. E soube logo que o tinha que publicar. (Tradução em baixo).

Fils de bourgeois
Ou fils d'apôtres
Tous les enfants
Sont comme les vôtres
Fils de César
Ou fils de rien
Tous les enfants
Sont comme le tien
Le même sourire
Les mêmes larmes

Les mêmes alarmes
Les mêmes soupirs
Fils de César
Ou fils de rien
Tous les enfants

Sont comme le tien
Ce n'est qu'après
Longtemps après.


Jacques Brel

Filhos de burgueses/Ou filhos de apóstolos/Todas as crianças/São iguais às vossas/Filho de César/Ou filho de nada/Todas as crianças/São iguais à tua/O mesmo sorriso/As mesmas lágrimas/Os mesmos receios/Os mesmos desejos/Filho de César/Ou filho de nada/Todas as crianças/ São iguais à tua/E só depois/Muito depois

domingo, 12 de abril de 2009

Pequenas memórias

São poemas já antigos, ainda não têm aquele carácter de quem acha que pode mudar o mundo pessoa a pessoa. Mas foram escritos por mim, era a minha mentalidade, por isso aqui vão:

Pequeno Cão

Pequeno Cão
Aos pés da dona
a defender a sua zona.
Olhos brilhantes e curiosos de pequeno cão.

Pequeno cão
Fala com os olhos
responde-nos com a cauda
Puxa-nos para si.

Pequeno cão
Talvez um dia o mundo repare em ti.

Brilho

Olhei um dia e vi:
Vi um estranho brilho no teu olhar,
Daqueles que não se esquecem,
Daqueles que não se perdoam,
Daqueles que se agradecem e enriquecem.
Daqueles que já ninguem teme e que assustam milhares.
Daqueles sentidos e superficiais.
Daqueles que já ninguém lembra.
Aquele brilho,
Tão puro e leve
Como uma gota de felicidade.

SM** (há muito tempo, no tempo em que ainda não era a Cappuccino)

sábado, 11 de abril de 2009

Desiti

Hoje não te vou mais perseguir
Ou tentar alcançar.
Eu hoje desisti
E ninguém me pode fazer voltar atrás.


Hoje não irei atrás do que é falso,
Hoje procurarei um sorriso em cada canto.
Hoje desisti de tentar agradar
A uma sociedade que nada é senão uma mentira.


Hoje desisti.
Hoje quero ser mais e melhor,
Hoje vou encher o meu mundo de cores,
Hoje vou cantar, dançar e gritar bem alto,
Hoje não quero saber do que pensam
Hoje não quero saber dos vizinhos.
Hoje quero apenas saber que fui feliz
E que as pessoas ao meu lado se sentiram felizes também.


Mas só aquelas,
Aquelas únicas e especiais
Que sabem apreciar um sorriso pelo que ele é, e não pela sua aparência.


SM**

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Foge




Já te percebi.
Não aguentas a mínima pressão,
Não consegues sofrer uma desilusão.
Foges aos obstáculos,
Não encaras os desafios,
Não aceitas o que é diferente.

Vai lá, foge novamente.
Foge às duras palavras que não queres ouvir,
Foge à verdade incontornável,
Foge às lágrimas.
Sim, porque tu podes sempre dizer tudo e virar as costas.

Vai lá, foge
Vai ter com a tua liberdade falsa e inalcansável.


SM**

Sorriso Audível das Folhas

Sorriso audível das folhas
Não és mais do que a brisa ali
Se eu te olho e tu me olhas,
Quem primeiro é que sorri?
O primeiro a sorrir ri.

Ri e olha de repente
Para fins de não olhar
Para onde nas folhas sente
O som a passar
Tudo é vento e disfarçar.

Mas o olhar, de estar olhando
Onde não olha, voltou
E estamos os dois falando
O que se não conversou.
Isto acaba ou começa?


in Cancioneiro, de Fernando Pessoa.

terça-feira, 7 de abril de 2009

O meu pequeno mar



Oiço a excitação à minha volta:
Os gritos,a euforia, os risos, as histórias que não podem esperar.
Entro na minha pista, que será sempre minha por mais anos que passem.
Sinto o frio a percorrer-me o corpo quente,
Oiço o leve murmurar da água.
Mergulho num mar de despreocupações.
Todos os problemas ficaram à superfície, à tona, à espera.
Mergulho num mar de paz e imensidão, onde só se vê azul.
Aqui, não é difícil avançar ou retroceder,
Não se cometem erros
Não há perfeições.
Aqui não se fala, resume-se ao essencial.
É curioso como por vezes nos esquecemos de respirar.
Volto à superfície e oiço os mais novos ofegantes,
Vejo os professores na margem.
Mergulho novamente na paz e regresso ao básico:
Avançar, sem ter rumo, avançar por avançar fazendo bem as coisas.

E tudo ali se distancia da vida, onde os problemas são os primeiros a desaparecer.
A maldade, essa, caiu por terra com o primeiro duche.

SM**

segunda-feira, 6 de abril de 2009

E se...



E se fosse realmente assim?
E se não houvesse problemas, o que faríamos para evoluir?
E se não houvesse escolas, o que faríamos para aprender?
E se não houvesse velas o que faríamos para ser românticos?
E se não houvesse clichés, o que faríamos para os evitar?
E se não houvesse nada que nos desagradasse, o que faríamos para melhorar o mundo que nos rodeia?

E se nada é perfeito, o que é a perfeição?

Será a perfeição algo que realmente desejamos? Será a perfeição o auge? O cúmulo, o monte Everest, o Nirvana, a outra galáxia, a vida em Marte? E se para a atingirmos tivermos que passar por cima de tudo o que somos e conhecemos, se tivermos que destruir pelo meio e sermos cópias de alguém, se tivermos que nos apoiar em ideias com que não concordamos, se tivermos que ceder sempre, se não pudermos ser nós? E se tivermos que obedecer aos cordeis invisíveis das marionetas?

Será que a perfeição realmente existe?

Porque se para a atingirmos temos que passar por cima de tudo, deixamos de ser nós, e ao deixarmos de ser nós deixamos de ser perfeitos.

Porque a perfeição é um defeito.


SM** Cappuccino

sábado, 4 de abril de 2009

Tu

Não vejo mais os teus caracóis ardentes
Nem o teu sorriso luminoso.
Não vejo mais as leves rugas da tua testa
Ou os teus olhos de esmeralda.
Não vejo mais, porque voltaste.
Não vejo mais porque não quero.

Sabes o alívio que é não sentir saudades tuas?





sexta-feira, 3 de abril de 2009

Pobres Poetas

"Vestidos de farrapos, sujos, semi-esfomeados, agressivos, soltando palavrões e fumando pontas de cigarro, eram, em verdade, os donos da cidade, os que a conheciam totalmente, os que totalmente a amavam, os seus poetas."

in Capitães da Areia, de Jorge Amado

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Remember? (To my mom)

Lembras-te...

...Do constante nevoeiro?
...Do calor?
...Do parque com os baloiços de pneu?
...Dos videos em chinês e inglês?
...Do primeiro filme português?
...Dos tufões?
...Do meu adorado banco da China?
...Do Branquinho (Pimpão)?
...Das corridas dele?
...Da Vera?
...Do Pedro?
...Da turma?
...Do Duarte?
...Da comida?
...Da fita-cola nas janelas?
...Do sofá?
...Das cadeiras da sala?
...Do pónei de brinquedo?


Lembras-te assim tanto de outro tempo?

Da viagem para cá?

Lembras-te assim tanto de Macau como eu?


SM**Cappuccino