domingo, 3 de janeiro de 2010

Inspiration

O primeiro post do ano

Quero escrever. Escrever até que os meus dedos se fartem de carregar nas teclas finas. Ou até que o meu teclado comece a falar e a refilar por estar sempre a carregar nele (ele tem cócegas, e muitas, especialmente na letra "e". Portanto, estão a ver o drama). Mas sobre quê? A inspiração tem estado a fugir constantemente e não a encontro em lado nenhum.

Mas aqui parada não resolvo nada. Decidi ir dar uma volta.
(Se eu fosse a inspiração onde é que me escondia?)

Talvez num pontão.É um sítio calmo para pensar, um sítio bonito para imaginar. Tentei começar uma divagação (a Sara chama-lhes divagações cappuccinianas. Nome que eu gosto) numa praia longíqua e deserta, com uma história romântica, e personagens, por acaso, até interessantes e... bah, cliché. Tentei rascunhar um texto sobre um rio e tudo aquilo que ele transporta consigo. Lembro-me de ter lido num livro que dizia que nada nem ninguém pode apressar o rio. Ele vai sempre ao seu ritmo. Mas tirando o que me lembrava do livro, não escrevi mais nada.
Afinal, as ninfas do Tejo não tinham a minha inspiração.

Talvez num café. Um sítio onde gostamos de estar, para descontrair, para pensar, para tudo e mais alguma coisa. Uma história num restaurante. Uma num café, outra num bairro, outra no campo, outra sem sítio determinado.
Mas afinal a minha inspiração não estava nos sorrisos das pessoas, nem na aparente crise de que todos falam e ninguém ouve dizer, nem nos pássaros a pedir comida, nem nas crianças a andarem de triciclo. ( Onde é que ela se escondeu?)

Porque não está no campo. Não está na família, no Natal maravilhoso, com um grande almoço e fotografias de família com a família dividida em três grupos para cabermos todos. Aparentemente, não.
Nem na festa. Nem nos gritos no ano novo, nem no fogo-de-artifício, nem no champanhe que me recuso sequer a provar, nem na chuva.
Visivelmente não.

Recordando o meu percurso, do qual nem me lembro, ela não está. Nem metaforicamente, nem realmente, nem literalmente, nem outro qualquer mente falando.

Voltei para casa, meia desolada. Encontrei-a, a tremer, enroscada na cadeira, à minha espera.

SM**Cappuccino

3 comentários:

Sandra disse...

limita-te a escrever o que te vai aí dentro. nao sintas nenhuma obrigação, por teres que inventar alguma coisa que nao corresponde à realidade.. escreves tao bem!

beijinhos linda*

Carla disse...

Oi linda, tudo bem? Hoje venho com o objectivo expresso de te apresentar o blog de uma amiga que eu adoro e acho que tu também vais amar, espreita http://aencher.blogspot.com, Beijocas

Nada disse...

Obrigado pela visita =)!
A inspiração é uma timida, sempre que a procuramos esconde-se. É mais facil poupar trabalho a tentar encontrar algo que não quer ser encontrado...e viver! Que a inspiração vai andar atrás de ti aos gritos.

Muito bom blog...começa o ano em grande e com os dois pés...vou continuar a visitar.

Beijinhos