O Poeta senta-se a um canto.
Escreve, risca, reescreve, risca de novo.
Acaba com uma folha maltratada e cinzenta do carvão.
Decide passar a sua pequena criação a limpo.
E agora? pensa. Que faço eu com tal coisa? Mostro-a, pois então.
E mostra a sua pequena obra, o seu pequeno segredo ao mundo.
Expõe o seu trabalho árduo de longas horas clandestinas.
Agora a obra não é mais sua.
Agora é do mundo e só este pode decidir o seu futuro.
Se calhar vai fazer história.
Provavelmente vai ser criticada, insultada, maltratada, rasgada e colada. Não voltará a ser a mesma criança que saiu das mãos do Poeta.
O Poeta pô-la no mundo, à espera que este a deixasse crescer livremente e espalhar a sua ingenuidade e inocência.
Mas o Mundo castigou e fustigou a pequena obra como se de um demónio se tratasse.
Pior ainda, alguns ainda a ignoraram e viraram-lhe as costas, agora que ela está tão exposta e desprotegida.
Ela, que só ansiava por um coração caloroso onde pudesse crescer livremente.
SM**Cappuccino
2 comentários:
How sweet.
Kisses
Muito terno e bem contado. Romântico o conceito, mas nunca fez mal a ninguém o Romantismo. Gostei, fiquei deliciado.
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