domingo, 16 de janeiro de 2011

Writings

O meu único problema é ficar pela escrita inacabada.
Frases a meio, discursos interrompidos, pensamentos sumidos.
Não deixo as personagens terem um fim, pelo contrário, vagueiam sem fim no ínicio de poema que para elas criei.
Não deixo que os versos façam sentido, sem terem uma pequena estrefe que explica tudo, que os completa até ao mais ínfimo pormenor.
Não deixo que o vento me apague as palavras que quero dizer, guardo-as apenas num canto da minha memória, à espera de as desenterrar para quando tiver tempo para as ouvir.

Sim, porque as palavras falam por si. E, normalmente, dizem muito mais do que o significado que vêm no dicionário. Não acreditam?
Dourado. Dourado lembra-me tardes infinitas a correr na praia, desfazendo ondas, refazendo tranças, admirando o pôr do sol.
Chocolate. Chocolate traz-me memórias de fins de dia na cozinha, rodeada de farinha e gargalhadas, a descobrir as maravilhas do forno.
Sobrancelha. É a minha palavra preferida. Se a disserem como eu a digo podem ouvi-la a flutuar no ar, a pairar à nossa frente, delicamente, à espera que olhemos para ela, que a entendamos.

Portanto, sim isto tem estado abandonado. E cheio de teias de aranha. Mas a verdade é esta: o que tenho escrito, porque tenho imaginado imenso, não pode ser colocado aqui. Por preferência minha.

SM**Cappuccino
P.S.: esta "autora" não segue (e recusar-se-á a seguir) o novo acordo ortográfico. É aCto e não ato. Ato é do verbo atar, como "eu ato os atacadores". E ponto final.

2 comentários:

Anónimo disse...

Fenomenal. E infelizmente mais cedo ou mais tarde vais ter que aderir ao acordo ortográfico. Bibis

F.G disse...

A escrita é algum maravilhoso =)
E concordo contigo no p.s