terça-feira, 29 de setembro de 2009

Dewey

Para todas as pessoas que precisam. Que precisam.
Para todas as que estão "mal de espírito".
E em especial para a Maria Francisca (a minha Patita).
Na nossa sociedade, as pessoas acreditam que têm de "fazer" alguma coisa para serem reconhecidas, e com isto quero dizer alguma coisa óbvia e, de preferência, filmada. Espera-se de uma cidade famosa que tenha sobrevivido a um tsunami e a um incêndio florestal, ou produzido um presidente, ou sido cenário de algum crime horrível. Espera-se de um gato famoso que tenha salvado uma criança de um edifício em chamas, encontrado o caminho de casa depois de ter sido deixado do outro lado do país, ou que consiga miar o hino nacional. E esse gato não pode ser só heróico e talentoso, tem também de ter jeito para a comunicação social, ser atraente e ter um bom agente, ou nunca aparecerá no The Today Show.
Dewey não era assim. Não executava feitos espectaculares. Não havia ninguém a empurrá-lo para o sucesso. Nós não queríamos que ele fosse nada mais do que o adorado gato da biblioteca de Spencer, Iowa. E era só isso que ele queria, também. Só fugiu uma vez, não foi mais longe que dois quarteirões e mesmo isso foi longe de mais.
Dewey não era especial por ter feito qualquer coisa extraordinária, mas porque era extraordinário. Era como uma daquela pessoas aparentemente vulgares que, depois de as conhecermos melhor, se destacam da multidão. São aquelas pessoas que nunca faltam ao trabalho, nunca se queixam, nunca pedem mais do que a sua quota parte. São aqueles raros bibliotecários, vendedores de automóveis e empregadas de mesa que prestam um serviço excelente por princípio, que vão além das suas obrigações porque tem uma paixão pelo trabalho. Algumas ganham prémios; outras ganham muito dinheiro; a maioria passa despercebida e é tomada como certa. Os empregados de loja. Os caixas bancários. Os mecânicos de automóveis. As mães. O mundo têm tendência a reconhecer aqueles que são únicos e que dão nas vistas, os ricos e egocêntricos, não aqueles que fazem coisas normais extraordináriamente bem. Dewey tinha origens humildes; sobreviveu a uma tragédia; encontrou o seu lugar. Talvez essa seja a resposta. Ele encontrou o seu lugar. A sua paixão, o seu objectivo, era tornar esse lugar, por mais pequeno e fora de mão que pudesse parecer, um lugar melhor para todos.
(...)
Era assim que Dewey funcionava. Conquistava corações dia após dia, uma pessoa de cada vez. Nunca excluía ninguém nem tomava ninguém como certo. Ele não era apenas mais um gato a quem as pessoas faziam festas e que nos fazia sorrir. Todos os utilizadores regulares da biblioteca, absolutamente todos,sentiam que tinham uma relação única com Dewey. Ele fazia toda a gente sentir-se especial."
(in Dewey, de Vicki Myron)

Porque tu és especial e sabes disso. As melhoras de tudo.
SM** Cappuccino

P.S: Peço imensas desculpas pela ausência e falta de comentários, mas é excesso de trabalho XD
P.P.S: E pela extensão do texto, mas tinha mesmo que ser

terça-feira, 22 de setembro de 2009

I need a tiny heart

Preciso de um pequeno coração para mim.
Eu tinha um, sei que sim. Mas isso já foi há muito tempo...
Tenho saudades, mesmo muitas de rir. De rir a bom rir, de rebolar pela relva, de não saber de nada e achar que já não havia nada para saber.
Tenho saudades de ouvir as estrelas a cantarem, acho que elas se chatearam comigo...
Tenho saudades de sonhar com a minha pequena utopia e vê-la como uma realidade.

Preciso de um pequeno coração porque os tiram a todas as crianças.
Preciso de um, porque nos ensinam a pensar mas não a amar e a valorizar.
E, se é o cérebro que manda no sangue que fornece o coração, é este que o bombeia para o cérebro. Mas fá-lo por ordem do cérebro. Porque só nos ensinam a pensar, nunca a amar.

Eu só preciso de um pequeno coração que bata porque ama a vida...

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Às vezes olho pela janela e vejo-te a pairar no céu.
E o meu coração bate mais depressa.
Talvez ele não bata por nada racional e apenas por amor.
Gosto de pensar que sim.
Gosto de sentir que sim.
Gosto de saber que, apesar de muitas cicatrizes, já só se vê uma.
A melhor, a mais bonita, a mais simples, sem ornamentos nem falsidades.
A que tem o teu nome.

Não encaixa. Nunca encaixou. Não é suposto. Não falta uma peça minha, falta uma tua.


SM** Cappuccino

I guess it's just no use
In every part of me
Is still a part of you...

The Cult

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Peça de Teatro

Bola bolas e mais bolas.
Não me lembro da frase. A audiência a olhar assim também não ajuda, e muito menos o facto de toda a gente ter o programa com as falas todas à frente. Excepto os "actores", claro. Bolas bolas, não me lembro de nada!
E ele, a olhar para mim, à minha frente, a pensar que eu estou a criar suspense, à espera que eu diga as palavras "mágicas" para podermos arruinar a nossa relação teatral, como está escrito em todos os programas que eu não consigo ler.
Olhei para ele, para os seus olhos tranquilos e sorridentes. Olhei através deles, queria ver-lhe a sua alma... Lá está! Bonita e simples, eufórica e entusiasmada.
Ao contrário de mim.
"-Se... Farias qualquer coisa por mim?"
Toda a gente olhou para o guião atarantada. Não era nada disto.
Ele olhou-me perguntando-me o que estava a fazer.
"-Claro. Sabes que sim."
"-Tudo mesmo?"
"-Tudo."
"-E se... se eu estivesse mal... Mas mesmo mal, se eu tivesse batido lá no fundo, se não conseguisse voltar à superfície..." As palavras saíam sem ter tempo para pensar nelas. "Se eu não quisesse voltar..."
"-O que-"
"-Se eu estivesse a sofrer e só quisesse partir... Matavas-me?"
A audiência olhva especada. Ele também. Eu não fazia a mínima ideia porque tinha perguntado aquilo, mas sinceramente eu já tinha saído da peça. E ele percebeu isso. O palco, o cenário que levara dois meses a concluir, os programas, a audiêcia, a sala, tudo desapareceu. Aquilo já não era uma peça, era uma realidade. A nossa realidade.
"-Eu nunca... Tu não" Gaguejou.
"-Se eu não aguentasse mais. Mas se não tivesse coragem para o fazer sozinha. Se me amasses mais do que tudo irias querer acabar com o meu sofrimento."
"-Sim, claro, mas..."
"-Fá-lo-ias?"
Hesitámos os dois alheios no nosso mundo.
"-Eu faria qualquer coisa por ti."
E então, quis lá saber do guião, do pressuposto acto em que nos deveríamos zangar e estragar o "happy ending", e continuar as nossas vidas longe dali. Não esperei pelas cortinas, não esperei pelos sermões do director, nem por aplausos nem nada. Beijei-o ali mesmo, e não quis saber de mais nada.
Fecharam as cortinas. O responsável veio-me dar um sermão "Devias ter decorado as falas.... seguir o guião, blá blá blá." O director veio a seguir e deu-me os parabéns. O quê?? Sim, os parabéns, todo público adorou a reviravolta e fomos convidados para repetir a peça num teatro a sério.

E eu quis lá saber.
"-Eu faria qualquer coisa por ti" ecoava no meus ouvidos e eu não queria esquecer a mais bela música da sua voz.

SM** Cappuccino

domingo, 13 de setembro de 2009

**

Antes de tudo: Obrigada à Sandie XD
Mais dois desafios:

Apurar os sentidos

Regras:
1. Exibir o selo
2. Indicar 5 blogs (lá para baixooo)
3. Publicar o link de quem me enviou o selo (da Sandie)
4. Dizer o sentido que melhor me descreve:

Todos.
A visão, porque eu não podia suportar deixar de ver o mundo. Deixar para trás as formas, as cores, os arco-íris e mais do que tudo os sorrisos. As estrelas.
O tacto, porque eu sempre consegui distinguir tudo através do toque (talvez seja a compensação por ser pitosga XD). E como sentiria as texturas, o toque da tua pele contra a minha, o barro a preencher-me as impressões digitais, a tinta a secar na cara, a água fria silenciosa?
A audição: porque simplesmente não posso ficar sem ouvir os carrosa passar na ponte enquanto adormeço, a voz meio rouca e agressiva do House ou a pacífica da Meredith, a voz ao longe do meu pai, os teus passos pela casa.
O paladar: talvez o que me descreva menos. Mas aquele travo a canela nos bolos de maçã, os bocadinhos de nozes que ainda ficaram no bolo de mel, a melancia do verão...
E o olfacto, talvez o melhor: a essência certa do teu perfume, o perfume que recordarei como sendo o da despedida para sempre, o cheiro das laranjas, o descobrir do sabor pelos cheiros, o cheiro forte do café.

Talvez eu não me defina por um sentido. Talvez me defina por os usar a todos ao máximo.

(Para as perguntas que eu teria que repsonder, já estão aí)

Acertar em cheio


1. Exibir a imagem do selo e publicar as regras;
2. Publicar o link de quem ofereceu;
3. Indicar 10 blogues para receberem o selo;
4. Avisar os indicados;

Ora bem, para não deixar ninguém de fora, passo este selo aos meus (pacientíssimos!!) leitores e críticos. Obrigada pelo apoio e comentários :D

SM** Cappuccino

sábado, 12 de setembro de 2009

Apetece-me

Apetece-me...
Não sei o quê.
Quero tudo e não quero nada.
Quero que tudo mude, mas quero que tudo seja igual.

Apetece-me viver mil e uma aventuras.
Apetece-me ir até ao parque.
Andar de baloiço e trepar a casinha e a pirâmide de cordas.
Apetece-me rir e cantar.
Apetece-me não sair daqui.

Mas falta.
Não sei o quê.
Falta algo que me faz sorrir só de lembrar.
Algo que me faz preparar o coração.
Algo como alguém.
Alguém que já me conheça e reconheça e saiba.
Alguém que saiba.

Apetece-me.
Apeteces-me.


Sm**Cappuccino (You know you should be lying next to me. So why do I see an empty space? Your Empty Space.)



"Did you say it?
I love you.
I don't ever want to live without you.
You changed my life.
Did you say it?
Make a plan. Set a goal. Work toward it.
But every now and then, look around.
Drink it in'cause this is it.
It might all be gone tomorrow."


Meredith (Grey's Anatomy)

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Barreiras

Dança. Salta, dança e salta e pula e corre.
Patina, ri, sonha, corre.
Por ti, por mim, por eles.

Porque sim, porque deixou de haver barreirras. Corre porque corres e porque gostas. Assim não te cansas.
Corre até ao café mais próximo porque a água de lá vai saber muito melhor. E a água do mais longínquo... Sabe a trabalho e esforço, sabe a felicidade. Sabe.... Sabes?
Corre, salta, dança pula, faz o pino. Roda roda e roda. Roda comigo, canta, salta.
Até te cansares.
All night long, porque agora já não há barreiras.

Aliás, nunca houve, nós é que as inventávamos.

SM** Cappuccino.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Beira Mar

Hoje vou sonhar à Beira Mar.
Não sei porquê.
Mas vou.

Hoje vou sonhar com um mundo ideal e utópico.
Hoje vou sonhar com flores de mil e três cores e um arco-íris.
Vou sonhar por aí, à Beira Mar.
Vou sonhar que abandono estas rochas e voo, direita ao Sol. Ou atrás do vento.

Hoje vou sonhar contigo.
Vou sonhar que estás a meu lado.
Sempre, como costumavas estar.
Hoje vou sonhar que ainda cá estás.

SM** Cappuccino

Eu não te perdi, ganhei uma estrela no céu. E aquela estrela brilha só para mim.